Esta semana o vereador baiano César Leite conseguiu emplacar na Câmara dos Vereadores da cidade do Salvador, um projeto de lei que criminaliza quem usa os símbolos cristãos ou a imagem do próprio Cristo, para fazer zombarias ou desqualificação social.
Muitas pessoas, inclusive religiosos cristãos, se posicionaram contra e desejam que o prefeito de Salvador, Bruno Reis, não valide a lei, alegando que o Brasil é um país laico e que "se vestir de Cristo como fantasia de carnaval" por exemplo, não seria "desrespeitoso" a religiões cristãs.
Até não seria, se esta regra valesse para todas as outras religiões e se o posicionamento "laico" fosse realmente levado ao pé da letra no país.
Não se vê, por exemplo, ninguém vestido de Maomé ou de Pai de Santo em manifestações como a feita por uma faculdade gaúcha onde um estudante vestido de Cristo crucificado, sensualizava com danças eróticas em performance completamente descabida para a vestimenta que usava.
Mas se vê em todo tipo de ataque religioso, roupas que remetem a Jesus, em desrespeito a maioria cristã que habita o Brasil.
Como não pode ser considerado desrespeito cenas eróticas feitas ante a uma imagem santificada na cabeça de pessoas cujo a criação foi direcionada desta forma?
Seria oportuno exigir que pessoas com mais de 60 anos "entendam" que relacionar erotismo ou piadas a Jesus Cristo seja considerado normal? E caso alguém sinta vontade de vincular uma mãe de santo a um prostibulo, simplesmente porque ela é veiculo para manifestação de espíritos como uma pomba gira, por exemplo, pode, diante da mesma métrica, ser considerado crime? Obviamente é preciso todo respeito as pessoas que crêem nas religiões de matriz, que seus "guias" se manifestem através de seus orientadores e que a história de um não necessariamente esteja atrelada a história do outro.
A lei precisa valer para todos e o respeito idem.
Se a maioria é cristã e se sente ofendida com demonstrações de desprezo e desrespeito à sua religião, é justo o vereador fazer seu pleito e falar em nome destas pessoas. Ele, inclusive, foi eleito para isto.
Porquê, para que uma minoria seja respeitada, é preciso que uma maioria também se sinta segura no atendimento às suas posições. Isso evita que a minoria seja desqualificada e que brigas de "posições" de que "um pode e o outro não pode", se estabeleçam no país com ainda mais força do que as que já existem.
A lei precisa ser justa para todos.
Gostem ou não, precisa ser justa, ser válida e ser séria.
Para a minoria e também para quem está do lado mais pesado da balança.
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