A representatividade da pessoa com síndrome de Down nas telas de TV e cinema

Ás

A representatividade da pessoa com síndrome de Down nas telas de TV e cinema

Não é de hoje que podemos ver a inserção e inclusão de pessoas com deficiência especificamente àqueles com Down nas telas de TV e cinema. Entretanto, atualmente é muito mais comum, visto que o mundo se torna cada vez mais desconstruído e a par de causas tão importantes como a dos PCD’s, vale ressaltar que não temos como falar deles sem eles, entendendo isto, podemos perceber que a partir do momento em que você conta a história de um Down ou fala sobre a síndrome em alguma telenovela, série ou filme é essencial que tenhamos o atípico ali atuando. A representatividade nesses momentos é fundamental. Além disto e não mais importante, existem milhares de grandes talentos que precisam ser vistos e reconhecidos dentro deste mundo de pessoas com deficiência.

Eu lembro que a primeira vez que vi alguém com Down nas telinhas, foi na novela da Globo “Páginas da Vida” com a personagem Clarinha interpretada pela atriz Joana Mocarzel, que fazia a filha de Nanda, vivida pela atriz Fernanda Vasconcellos, mas como a personagem acaba morrendo na trama, a menininha é adotada por Helena, vivida por Regina Duarte. Esta novela foi ao ar em 2006 e eu só tinha 8 anos quando assisti mas me marcou demais, achava incrível ver alguém como minha irmã atuando em uma novela, sempre a enxergava ali de alguma forma. A novela retratava também a discriminação e o preconceito que toda pessoa com deficiência já passou ou está sujeita a passar um dia, infelizmente. Entretanto, é uma realidade que precisa ser exposta e entendida para que a sociedade se torne cada vez mais consciente, empática e aliada a causa PCD, juntos somos mais fortes para lutar contra todo tipo de preconceito. Hoje em dia, quase 14 anos depois, a atriz luta em prol da causa dos deficientes e o Instagram é a sua principalmente ferramenta para tal, faz teatro e sonha em continuar seguindo a carreira de atriz.

Outro grande exemplo de pessoas com Down sendo representadas e mostrando seus talentos na indústria audiovisual é com o filme “Colegas”, um filme de aventura e comédia que é estrelado pelos atores Ariel Goldenberg, Rita Pokk e Breno Viola, o primeiro filme brasileiro protagonizado por atores com síndrome de Down. A sinopse é bastante interessante, três personagens que se juntam para correr atrás dos seus sonhos: Stalone quer ver o mar, Marcio quer voar e Aninha busca um marido pra se casar. Eles partem do interior de São Paulo rumo a Buenos Aires, e durante a viagem muitas aventuras e confusões acontecem mas eles levam tudo como uma grande brincadeira, a história é linda. 

Eu já assisti esse filme algumas vezes junto com minha família, Cacai ama demais e sempre que colocamos pra ver é a mesma empolgação, como se estivéssemos vendo pela primeira vez, vale mencionar que cogitaram fazer uma segunda parte do filme e minha irmã diz que seria um dos seus grandes sonhos realizados participar de “Colegas 2”. 
No último domingo (9) ocorreu o Oscar 2020 e tivemos um marco histórico na premiação, Zack Gottstagen emocionou a todos sendo o primeiro ator com síndrome de Down a apresentar o Oscar. O norte-americano entregou a estatueta de Melhor Curta-Metragem ao lado de Shia Labeouf, com quem contracenou no longa The Peanut Butter Falcon. Visto que, é a maior e mais importante premiação do cinema americano que presenteia todo ano grandes profissionais pela excelência do trabalho na arte da produção cinematográfica, ver uma pessoa com deficiência ali como apresentador representando tantos outros PCD’s é entender que a sociedade cada vez mais deixa de esconder estas pessoas tão cheias de amor.  

Estes e outros tantos exemplos de representatividade motivam cada vez mais atípicos a correrem atrás dos seus sonhos, já que, cada vez mais vezes que eles se enxergam numa tela de TV ou cinema eles entendem que nada pode os impedir de nada, que todos são absolutamente capazes de estarem ali sendo grandes profissionais e mostrando seus talentos ao mundo. Minha irmã já fez teatro e contracenou algumas peças, numa delas inclusive ela foi protagonista, seu sonho é ser uma grande atriz e ela pretende fazer artes cênicas na UFBA (Universidade Federal da Bahia) para se profissionalizar, toda nossa família a apoia bastante e acredita demais no seu talento. Vamos nos aliar a inclusão e entender que todo PCD pode estar onde quiser estar.

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