Uma queixa frequente nos consultórios dermatológicos é a flacidez da pele, tanto da face como corporal. Durante este período de pandemia cresceu a percepção de piora da flacidez, sendo possível identificar alguns fatores que podem ter contribuído para isso.
Sabemos que a flacidez é um dos sinais de envelhecimento cutâneo e caracteriza-se por alterações na qualidade e quantidade de colágeno e de fibras elásticas que compõe a pele e que são responsáveis pelo grau de firmeza e espessura da pele. A partir dos 30 anos, um indivíduo saudável perde em média 1 % do colágeno corporal por ano e, como consequência disso, a longo prazo a pele vai perdendo elasticidade, tornando-se mais fina e com aspecto enrugado ou derretido. Esse processo pode ser mais ou menos intenso dependendo de características genéticas herdadas e de fatores externos a que cada indivíduo pode estar submetido ao longo da vida, como estresse, tabagismo, exposição solar intensa, hábitos alimentares, sedentarismo, alterações hormonais, dentre outros.
Com a pandemia, muitas pessoas tiveram alteração de seus hábitos alimentares com repercussão, por exemplo, no peso corporal. Associe-se a isso diminuição da prática de atividade física dificultada por conta da quarentena. A diminuição de massa magra (musculatura) consequente a estes fatores pode ter ajudado na maior percepção da flacidez corporal, por exemplo.
Por outro lado, sabemos também que o estresse é um dos principais gatilhos nos processos oxidativos do organismo e que acabam acelerando em muito o envelhecimento.
A boa notícia é a de que além da liberação gradual do acesso às academias, temos ótimas opções de tratamentos dermatológicos ambulatoriais que podem ser associados à prática regular de atividade física, otimizando o tratamento da flacidez.
Um dos tratamentos queridinhos do momento é a aplicação de bioestimuladores, produtos injetáveis que podem ser utilizados tanto na face, como no pescoço e em outras áreas do corpo e que agem estimulando o aumento da produção do colágeno pelo próprio organismo. A pele fica gradativamente mais firme, com melhora do viço, do contorno facial e corporal e até da celulite.
A quantidade de produto depende da área e do grau de flacidez a ser tratada. Os resultados são progressivos e duradouros e os produtos mais utilizados são à base de hidroxiapatita de cálcio (Radiesse) ou do ácido polilático (Sculptra).
A associação de bioestimuladores com sessões de ultrassom microfocado (Ultraformer III), laser (CO2 ou Fotona) ou radiofrequência (Exilis) proporciona resultados ainda mais interessantes e naturais.
Uma avaliação dermatológica adequada permite definir qual a melhor associação de técnicas e número de sessões para se atingir o objetivo desejado no combate à flacidez.