27 jornalistas já morreram defendendo a Ucrânia como soldados no front de guerra, diz balanço
Números foram divulgados pela organização não-governamental ucraniana Institute of Mass Information (IMI)
Foto: Reprodução
A guerra na Ucrânia foi marcada por um número elevado de ferimentos e mortes de jornalistas, mas nem todos as perdas foram de profissionais documentando o conflito. De acordo com a organização não-governamental ucraniana Institute of Mass Information (IMI), pelo menos 27 deles tornaram-se soldados e morreram em combate.
O instituto destacou em seu balanço dos efeitos da guerra sobre a liberdade de imprensa neste primeiro ano da guerra, o número de profissionais que perderam a vida lutando por seu país na linha de frente, situação incomum em outros conflitos.
Houveram ainda 13 perdas de jornalistas assassinados em bombardeios ou vítimas de tortura nas mãos das forças russas, e oito no desempenho de suas funções. O total de mortes foi de 48.
Mortes e violações
As baixas acabam diluídas entre números de soldados mortos ou feridos. Apenas em fevereiro, o IPI registrou quatro perdas de jornalistas lutando na guerra: Ihor Teryokhin, Pavlo Tymoshenko, Oleksiy Borys, Serhiy Klymenko.
Ao todo, 497 crimes foram cometidos contra jornalistas na Ucrânia, incluindo 35 ataques diretos documentados, disse a ONG. Pelo menos 17 profissionais ficaram feridos, sofrendo concussões, fraturas e perfurações.
O IMI registrou ainda 21 casos de jornalistas capturados ou sequestrados pelo exército russo nas regiões de Kiev, Zaporizhzhia, Kherson, Lugansk e Kharkiv. Segundo a organização, o jornalista Dmytro Khyliuk permanece em cativeiro até hoje.
Outra forma de violação foi o bloqueio de TV e rádio por meio da destruição de torres de telecomunicações. O IPI registrou 16 casos, com o sinal interrompido temporariamente ou para sempre em nove regiões ucranianas. Além disso, o IMI registrou 67 casos de ameaças enviadas a jornalistas e editores de mídia nacional e regional.
A imprensa ucraniana também sofreu foi alvo de guerra cibernética, segundo o instituto, que constatou 43 ataques DDoS a sites de mídia que cobrem a guerra da Rússia contra a Ucrânia.