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500 mil mortes - um número elevado que choca, entristece e apavora a população

Confira o artigo de Bruna Esteves

Por Da Redação
Ás

500 mil mortes - um número elevado que choca, entristece e apavora a população

Foto: Reprodução

Recentemente, o Brasil alcançou o patamar de 500 mil mortes de pessoas infectadas pela Covid-19. Um número elevado que choca, entristece e apavora a população. Em meio ao caos que estamos vivendo há mais de um ano, nos acostumamos a contar a quantidade de mortos como um verdadeiro ritual de luto, indignação e inconformismo, ao mesmo tempo que se tornou um grande suplício para as pessoas também. Afinal de contas, acompanhar esta contagem é doloroso demais, principalmente para aqueles que perderam familiares e entes queridos durante a pandemia.

E a pergunta que não quer calar: - “Quem assumirá a responsabilidade por todas estas mortes”? Não é de hoje que a mídia brasileira direciona a culpa para o Presidente Jair Bolsonaro em razão do comportamento inadequado em diversas situações; depoimentos públicos sobre o não uso da máscara e incentivo ao uso da cloroquina; problematização com o contrato da Pfizer e postergação da vacinação no Brasil, dentre outros. Mas será que de fato, a culpa é exclusivamente de uma pessoa?

Admito que não há como negar o poder de representatividade e influência que o Presidente exerce no país, de modo que muitos brasileiros acatam seu modo de pensar e agir diante o contexto atual de pandemia, sem muitas vezes filtrar ou questionar determinados posicionamentos que não trazem soluções, segurança ou sequer o sentimento de comiseração pelo sofrimento do povo brasileiro. Muito pelo contrário, algumas atitudes de Bolsonaro só têm trazido ainda mais dúvidas, angústias e revolta.

Contudo, ao invés de focarmos apenas na falta de empatia, postura e nas falhas do nosso Presidente no que diz respeito à gestão da pandemia do corona vírus, me atrevo a questionar o que a população tem feito para amenizar os efeitos do vírus no seu próprio país? Pois a sociedade é composta pela Administração Pública, com seus deveres e responsabilidades para com os cidadãos, assim como pela sociedade civil com seus direitos e deveres também!

A verdade é que somos tão responsáveis quanto os nossos representantes sobre os fatos que acontecem no nosso país e suas repercussões. Pois independente dos problemas sociais, políticos e econômicos que nos cercam, tudo dependerá da maneira como reagimos a eles e o que fazemos para tentar mudar a nossa realidade (naquilo que nos compete, claro). Desta maneira, precisamos urgentemente quebrar o paradigma de que tudo é culpa exclusiva dos nossos dirigentes e de que somos sempre vítimas. Cadê o papel que a sociedade civil desempenha ou deveria desempenhar de forma mais enfática?

O que dizer, portanto, das pessoas que não usam máscaras até hoje, apesar da quantidade alarmante de mortos? O que dizer das pessoas que se aglomeraram (e continuam se aglomerando) em vários eventos que contribuíram e ainda contribuem para a dispersão em massa do vírus? O que dizer dos profissionais de saúde que enganaram cidadãos ao fingir que aplicavam a vacina contra a Covid-19? O que dizer dos indivíduos que se vacinaram antes do seu tempo porque burlaram a ordem cronológica de vacinação? O que dizer das pessoas que se recusaram a se vacinar, pensando somente no bem-estar delas e não o do próximo? E aqueles que tomaram a primeira dose da vacina e não retomaram no período certo para tomar a segunda e assim, concluir a eficácia total de imunização?

São questionamentos que, muitas das vezes, passam despercebidos justamente por estarmos focando apenas em uma única pessoa ou em um único problema, quando devemos pensar no todo. Portanto, vamos parar de criticar, de apontar o dedo e vamos fazer a nossa parte. Olhar para os nossos próprios erros e falhas para buscar novas soluções. Pois no meu entender, há mais de um genocida neste país, embora somente um seja identificado como sendo o responsável pela morte de 500 mil mortos. Não estou aqui para eximir Bolsonaro de suas ações, mas que cada um assuma a sua parcela de culpa.

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