60% dos trabalhadores informais no Brasil sobrevivem de “bicos”, afirma estudo
A pesquisa parte da análise dos dados da PNAD Contínua do IBGE do 3º trimestre de 2021
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Foto: Reprodução/Agência Brasil
Em busca por sobrevivência, cerca de 19 milhões de brasileiros mantêm-se com os trabalhos conhecidos como “bicos”. O país registra 60% de 32,5 milhões de trabalhadores informais, segundo o estudo “Retrato do Trabalho Informal no Brasil: desafios e caminhos de solução”, divulgado pela Fundação Arymax e a B3 Social na quarta-feira (22) e conduzido pelo Instituto Veredas.
A pesquisa, que parte da análise dos dados da PNAD Contínua do IBGE do 3º trimestre de 2021, mostra que, os trabalhadores informais são separados em quatro tipos. No topo, aparece os informais de subsistência (60,5%), que inclui os profissionais de baixa ou nenhuma qualificação e que desempenham serviços de demanda instável, conhecidos como ‘bicos’.
Em seguida, aparece os informais com potencial produtivo (16,1%). Eles representam os trabalhadores que não são formalizados, seja por custos implicados ou pela falta de oportunidades.
Os informais por opção (2,3%) retratam aqueles que têm condições de se formalizarem, mas preferem continuar dessa forma para ampliar suas receitas.
Já os profissionais classificados como formais frágeis (21,1%) têm CNPJ ou carteira de trabalho assinada, porém sobrevivem com contratos intermitentes, redução dos direitos formais e ameaça de voltar à informalidade total.
O levantamento também mostra que o perfil do trabalhador informal brasileiro é: homem, jovem, preto e de baixa escolaridade. Aproximadamente 75% têm o ensino fundamental incompleto ou inferior. Na faixa etária de 14 a 17 anos, o grupo representa mais de 80% e nas idades de 18 a 24 anos, os informais de subsistência são 64% do total.