65 jornalistas morreram no cumprimento do ofício em 2023
Segundo a Unesco, pelo menos 38 profissionais perderam a vida em países em conflito
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para Ciência e Cultura) apontam, que em 2023, 65 jornalistas foram mortos no cumprimento do ofício. Pelo menos 38 deles morreram em países em conflito, em 2022 foram 28, e em 2021 foram 20.
Segundo a organização, a violência em curso no Oriente Médio é responsável por uma grande maioria das mortes relacionadas com conflitos. Foram relatados até agora 19 assassinatos na Palestina, três no Líbano e dois em Israel desde 7 de outubro. Afeganistão, Camarões, Síria e Ucrânia também registraram pelo menos duas mortes cada.
Os últimos três meses deste ano, em particular, já são o trimestre mais mortal para jornalistas em zonas de conflito desde pelo menos 2007, com um total de 27 mortes.Embora haja uma queda de 88 para 65 no número total de mortes de jornalistas, a Unesco chama a atenção para o aumento acentuado de mortos especificamente em zonas de conflito.
Os jornalistas também enfrentam situações graves como danos generalizados e destruição de infraestrutura e escritórios de mídia e muitos outros tipos de ameaças, como ataque físico, detenção, confisco de equipamentos ou negação de acesso a locais de reportagem.
Além disso, muitos jornalistas fugiram ou abandonaram a profissão. Esse ambiente hostil contribui para o que a Unesco está chamando de "zonas de silêncio" em torno de muitas zonas de conflito, com graves consequências para o acesso à informação, tanto para as populações locais quanto para o mundo em geral.
O levantamento da agência destaca ainda que houve um declínio significativo nos assassinatos fora das zonas de conflito, que atingiram o número mais baixo em anos, especialmente na América Latina e no Caribe, onde 15 assassinatos foram relatados, em comparação com 43 em 2022.