8/1: presidente da CPMI mantém proibição de fotojornalista e refaz regra para imprensa
Regra proibia jornalistas de publicar informações classificadas como confidenciais pela CPMI
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O deputado federal Arthur Maia (União-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos ocorridos em 8 de janeiro, decidiu nesta terça-feira (29), em Brasília, manter a proibição de credenciamento do fotógrafo Lula Marques, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para cobrir as sessões da CPMI. Além disso, o parlamentar revogou a regra que havia sido estabelecida na segunda-feira (28) e que proibia jornalistas de publicar informações classificadas como confidenciais pela comissão.
A decisão de manter a proibição do fotojornalista foi tomada após uma reclamação de um parlamentar que teve uma conversa privada vazada pelo profissional. Arthur Maia justificou a medida afirmando que é inaceitável que a imprensa se preocupe mais em invadir a intimidade alheia do que em cobrir os trabalhos que interessam à sociedade. Ele destacou que o direito à intimidade é um direito sagrado e que a medida de cassar a credencial será mantida.
Entidades da imprensa, como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), repudiaram o descredenciamento do profissional Lula Marques.
Paralelamente à proibição do fotojornalista, Arthur Maia havia publicado novas regras para o credenciamento da imprensa na CPMI, incluindo a proibição de publicação de informações sigilosas. No entanto, o parlamentar voltou atrás nesse ponto específico da determinação, explicando que a imprensa muitas vezes publica documentos sob sigilo e não é possível responsabilizar os jornalistas por isso.
“Muitas vezes a imprensa publica, e não é só nessa CPMI, documentos que estão sob sigilo e esses documentos ganham publicidade e você não sabe a origem e, portanto, não posso responsabilizar o jornalista que está aqui, seria uma incongruência, seria algo errado”, explicou o parlamentar.