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8 de janeiro: grupo de WhatsApp com membros de oito órgãos públicos recebeu alertas da Abin

Alertas de Inteligência não foram eficazes na prevenção dos atos de invasão em janeiro, aponta investigação

Por Da Redação
Ás

8 de janeiro: grupo de WhatsApp com membros de oito órgãos públicos recebeu alertas da Abin

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Às vésperas dos atos de invasão ocorridos em 8 de janeiro, um grupo de WhatsApp composto por 15 representantes de oito órgãos públicos recebeu dez alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A lista de transmissão foi obtida pelo GLOBO e comunicava o "risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades", bem como a convocação de manifestantes "com acesso a armas e intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional". 

No entanto, pouco tempo após a comunicação, as sedes dos Três Pode res da República foram invadidas, colocando em evidência a eficácia desses alertas. Seis meses após o ataque às instituições, os membros desse canal de contato divergem sobre o formato e a responsabilidade das informações recebidas.

O grupo de WhatsApp foi criado com o objetivo de trocar informações de inteligência de forma ágil e reunia membros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), dos ministérios da Justiça e Defesa, do Exército e da Marinha, da antiga pasta da Infraestrutura (posteriormente dividida no governo Lula), da Secretaria de Segurança do Distrito Federal e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Entretanto, a lista de transmissão estava desatualizada.

Um dos membros listados, o ex-subsecretário de Inteligência do Distrito Federal, havia sido exonerado em 3 de janeiro e reconduzido ao cargo apenas após os atos. Outro contato representava o então Ministério da Infraestrutura, extinto em 1º de janeiro, e não havia razão para que ele recebesse os alertas sobre os atos ocorridos posteriormente. Devido a essas questões, o Ministério dos Transportes, ao qual a pasta da Infraestrutura foi agregada, não identificou procedimentos administrativos sobre os avisos.

Apesar do envio dos alertas pela Abin, a maioria dos órgãos participantes do grupo de WhatsApp alega não ter recebido as notificações de maneira adequada. O GSI optou por não responder aos questionamentos. Todos os membros do canal foram procurados, mas preferiram não se manifestar.

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