8 em cada 10 mulheres que atuam na defesa da Amazônia Legal sofrem violência
Os tipos mais comuns entre as vitimas são moral e física
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Dados de um levantamento inédito feito pelo Instituto Igarapé mostram que, em 2021, 8 em cada 10 defensoras de direitos e do meio ambiente sofreram alguma forma de violência enquanto atuavam na Amazônia brasileira. Em pelo menos 30% dos casos, as vítimas desconhecem a identidade dos agressores. Segundo a pesquisa, violência moral e física são os tipos mais frequentes entre os casos reportados.
O instituto ouviu 132 mulheres dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima. Os dados revelam, ainda, que 100 delas já foram vítimas de violência motivadas por disputa pela posse de terra, exploração ilegal de madeira e minérios preciosos ou por causa da expansão do agronegócio. Além disso, 27 já sofreram mais de um tipo de violência e 12 disseram ter sofrido violência de mais de um agressor.
De acordo com a pesquisa, os cinco principais tipos de violência relatados por essas mulheres são: violência moral (27% do total de registros), violência física pessoal (19,7%), ameaça pessoal sem uso de armas (14,2%), violência psicológica (10,8%); e violência ou ameaça contra familiares (9,5%). A maioria das vítimas é preta (63%), seguida de pardas (41%) e indígenas (23%).A pesquisa foi realizada através de um formulário on-line entre 14 de outubro e 2 de novembro de 2021. Os nomes das mulheres que decidiram tornar público seus casos foram trocados para proteger as vítimas.