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8 em cada dez mulheres vítimas de violência sofreram abusos psicológicos na pandemia, aponta projeto Justiceiras

O levantamento foi realizado com base em 9,5 mil atendimentos feitos desde março de 2020

Por Da Redação
Ás

8 em cada dez mulheres vítimas de violência sofreram abusos psicológicos na pandemia, aponta projeto Justiceiras

Foto: Reprodução

Um levantamento realizado pelo projeto 'Justiceiras' revelou que oito em cada dez vítimas de violência contra mulher sofreram abusos psicológicos durante a pandemia da Covid-19. O exame foi executado com base nos 9,5 mil atendimentos feitos desde março de 2020.

O projeto, elaborado há dois anos, tem como objetivo apoiar mulheres em situação de risco e atua com rede de 10 mil voluntárias no Brasil e no exterior.

Do total de atendimentos concedidos pelo 'Justiceiras' entre março de 2020 e março de 2022, 3.934 mulheres em situação de risco (45,1% dos atendimentos) efetuaram seu primeiro pedido de socorro ao Justiceiras. Isso mostra que elas não procuraram outras instituições oficiais para acolhimento das vítimas, como Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e Polícia Militar.

Como explicaram as mulheres, houveram diferentes tipos de violência, como violência psicológica (82,96%), física (59,06%), sexual (52,48%) e patrimonial (68,59%), a maioria delas aconteceram dentro da própria casa (74,89%).

O levantamento mostra que, em cada dez mulheres, sete relataram ocasiões de média e alta gravidade cometidas por seus atuais relacionamentos (40,41%) ou anteriores (37,86%). Outra alerta é o acesso dos agressores a armas. Quase um quarto das vítimas confessaram essa situação às voluntárias.

Com base nos dados, ainda que a violência de gênero possa estar em todas as classes, a maior parte das mulheres atendidas tem baixa renda. Cerca de 70% recebem até um salário mínimo, visto que 2.773 do total não tinham renda alguma e 3.603 delas estavam desempregadas. Metade afirmaram ter filhos e se consideram pretas, pardas ou indígenas.

Segundo Gabriela Manssur, promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, a rede de apoio formada pelas voluntárias atua como amiga da mulher vítima de violência. Dessa forma, oferece atendimento jurídico, psicológico, socioassistencial e acolhimento.

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