A pegada da pandemia e da humanidade
Confira o editorial desse sábado (11)
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Nenhum estudo científico de alto garabito ou chancelado por organizações mundiais são necessários para constatar que, se os países não combaterem fissuras na saúde público, o que incluir o combate à covid-19 e disseminação de outras zoonoses, pandemias com a atual podem ser mais comuns – num futuro próximo, inclusive.
O desenvolvimento desenfreado, desigual e desregrado da população mundial – que se aproxima de 8 bilhões de pessoas – coloca em risco a prosperidade de sociedades. A crise da covid-19 é um drástico exemplo de como a humanidade não evolui para estagnar entre confinamentos e distanciamentos.
A afirmação do professor de doenças infecciosas em animais da Universidade de Liverpool (Reino Unido), Eric Fèvre, é pontual em relação ao desenvolvimento desembestado e inconsequente. “A nossa pegada (da humanidade) está aumentando no mundo e, com ela, o risco de grandes epidemias e, eventualmente, de outra pandemia como a da covid-19, é cada vez maior.”
Ebola, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), vírus zika, HIV/AIDS, Febre do Nilo Ocidental e, agora, a covid-19. A lista das principais doenças emergentes nas últimas décadas é curta, mas avassaladora e que carrega milhares de mortes, além de miséria, desemprego e crises econômicas:
Elas têm em comum o que cientistas classificam como “doenças zoonóticas”, ou seja, infecções transmitidas de animais para seres humanos, que podem deixar rastros de doenças e mortes por onde passam.
O alerta para se reestabelecer o equilíbrio entre o mundo natural e o humano é cada vez mais pertinente. Impossível que governos mundiais transitem entre a crise da covid-19 e não se esforcem em melhorar condições higiênicas e controle ambiental nas respectivas nações. Essas devem ser obrigações com a população que juraram proteger – o povo deve, da outra ponta, cobrar isso.