A viagem quase secreta de Dilma Rousseff e Gleisi Hoffmann à Rússia
Petistas tiveram encontro com líderes do Partido Comunista Russo dias antes dos vazamentos da Lava Jato
Foto: Divulgação
A ex-presidente Dilma Rousseff e a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann, estiveram no começo de junho na Rússia, em encontro com líderes do Partido Comunista Russo na Câmara Baixa da Assembleia Federal. A reunião, apesar de divulgada no site oficial do parlamento russo, sequer foi noticiado nas redes sociais das petistas ou mesmo nos canais oficiais da legenda, que coincidentemente aconteceu há poucos dias da publicação da série de reportagens do site The Intercept, com supostas conversas trocadas entre o ex-juiz – agora ministro da Justiça – Sérgio Moro e integrantes da Lava Jato sobre procedimento e tomadas de decisões na Força-Tarefa.
O encontro foi enfim noticiado no Brasil nesta segunda-feira (17), um dia após um perfil – já deletado – do Twitter, sob o nome Pavão Misterioso, ter revelado supostas ligações entre o diretor do The Intercept, Glenn Greenwald, e um hacker russo chamado Evgeniy Mikhailovich Bogachev, apontado como procurado pelo FBI.
De acordo com a narrativa sugerida pelo usuário Pavão Misterioso, Greenwald, junto ao dono do ebay, Pierre Omidyar, são tidos como os mandantes do suposto crime cibernético ao Telegram, o aplicativo de conversa onde Moro mantinha contato com integrantes do Ministério Público Federal do Paraná. Para tanto, o perfil fez vários tuítes ao longo do domingo com o provável rastro do dinheiro e do mecanismo empregado até a publicação da matéria.
Até o fechamento desta matéria, tanto Dilma como Gleisi ou o PT não se manifestaram sobre a ida um tanto oculta de representantes do partido nacional à Rússia e as acusações de um possível envolvimento no caso do The Intercept e a invasão de privacidade a conversas de integrantes da Justiça.