'Abin paralela': novo número 2 aponta existência de esquema
Marco Cepik, no entanto, negou tentativa de obstrução na PF
Foto: Divulgação/Abin
Nomeado para o cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marco Cepik, admitiu a existência de um esquema paralelo na autarquia, mas nega que tenha ocorrido tentativa de obstrução nas investigações da Polícia Federal (PF) no órgão.
A corporação investiga a suposta existência de uma “Abin paralela” no governo de Jair Bolsonaro (PL), a qual teria realizado monitoramentos ilegais usando um software capaz de rastrear a localização pelo celular. Em entrevista à Globonews nesta quarta-feira (31), Cepik afirmou que as investigações, que saíram do sigilo na semana passada, apontam para a existência de um esquema ilegal de espionagem.
“Na extensão do que eu tenho conhecimento, eu não creio que tenha havido nenhum tipo de tentativa de obstrução. O que houve foi uma antecipação, inclusive, da condição de que o inquérito da PF pudesse ocorrer por meio da instauração do procedimento apuratório, da autonomia da corregedoria da Abin. [...] Por que alguém que quer obstruir uma investigação vai instaurar um procedimento apuratório, vai instaurar um procedimento investigativo?”, disse Cepik.
“A retirada do sigilo da decisão do ministro Alexandre de Moraes e também as manifestações da direção da PF nos dão a entender que o avanço das investigações apontam para isso [existência de Abin paralela]. Temos que aguardar o fim do processo investigatório para verificar não apenas se houve, mas quem estava ali”, completou.
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