Acionistas e diretoria da Americanas são investigados na CVM por omissão sobre crise da empresa
Trio de bilionários negam ter conhecimento prévio de manobras contábeis na companhia
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Os acionistas de referência e a diretoria da Americanas são investigados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por omissão de informações sobre o escândalo que levou a empresa a pedir recuperação judicial na última quinta-feira (19).
O jornal Folha de S.Paulo teve acesso a documentos após a queda de sigilo do processo e aponta que a autarquia questiona o motivo pelo qual o comunicado divulgado não trazia detalhes que vieram à tona dois dias depois. A CVM também apura as divergências entre declarações dadas pela empresa no dia seguinte ao pedido de proteção judicial.
O processo inclui o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. No entanto, eles negam ter conhecimento prévio de manobras contábeis na companhia.
O anúncio com a descoberta de dívida no valor de cerca de R$ 20 bilhões foi feita pela Americanas no dia 11 de janeiro. No dia seguinte, o então presidente Sergio Rial afirmou que a maior parte da dívida não estaria atrelada a "covenants financeiros", cláusulas que impunham obrigações a tomadores de empréstimo.
No dia 13 de janeiro, a empresa pediu proteção contra credores à Justiça. A companhia alegou que cláusulas dos contratos de financiamento poderia levar ao vencimento antecipado de cerca de R$ 40 bilhões em dívidas, o que inviabilizaria suas operações.
A CVM questiona a demora do reconhecimento da situação real da empresa e o vazamento à imprensa de informações.