ACM Neto afirma que ‘Bolsonaro dos extremos’ não teria apoio do DEM em 2022
Presidente do DEM, Neto diz que não há definição sobre os rumos da legenda para a eleição presidencial
Foto: Gilberto Junior - Farol da Bahia
O presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, em entrevista ao jornal O Globo afirmou que é preciso aguardar e saber se o presidente Jair Bolsonaro dará uma guinada em seu governo “buscando o equilíbrio” e a moderação antes de definir um eventual apoio à sua chapa para reeleição em 2022.
O DEM é o partido que mais cresceu nestas eleições municipais e terá 462 prefeituras em 2021, resultado que o alçou ao posto de quinta maior legenda. Neto diz que não há definição sobre se o partido irá lançar um candidato próprio para presidente, mas diz que o Bolsonaro “dos extremos”, dos dois primeiros anos de governo, não tem apoio do partido.
O prefeito de Salvador comentou ainda sobre a eleição de Eduardo Paes no Rio de Janeiro. “Essa será uma enorme vitrine do partido. Além disso, tem a figura do Rodrigo (Maia), que é uma figura nacional que também é do Rio. Sem dúvida, o resultado da eleição abre uma porta para o Democratas no Rio e é uma vitrine”, disse.
Sobre as a candidatura para governador da Bahia em 2022, Neto disse que “uma candidatura minha ao governo seria natural, mas eu não conversei isso com o partido ainda. Nós temos que ao mesmo tempo discutir os projetos estaduais e o projeto nacional do partido, e vamos discutir isso a partir do começo do ano que vem. Nós tínhamos um pacto de não tratar de 2022 até fechar esse ano”.
Questionado se o DEM abrigaria uma filiação do Luciano Huck. O prefeito de Salvador afirmou que “a gente precisa ter cuidado para não tratar no campo da especulação de algo tão sério. Não sei se Luciano Huck será candidato a presidente da República. Essa tem que ser uma decisão dele. Se em algum momento ele decidir ser presidente da República e avaliar o DEM como opção, nós vamos tratar do assunto internamente”, disse.
Sobre o governo Bolsonaro, Neto avaliou que “nesses dois primeiros anos de governo, dificilmente teria o apoio do Democratas. Isso é um fato. Principalmente porque há críticas nossas em relação à condução dele nesse episódio da pandemia. Agora, eu não sei qual é a disposição dele para os próximos dois anos. Não sei qual é a construção que ele pretende fazer. Não sei qual é a condução que ele pretende dar ao governo e não acho que esses primeiros dois anos necessariamente já sejam suficientes para promover um julgamento definitivo do Bolsonaro.
Neto foi questionado se estaria disposto a procurar Bolsonaro para pedir apoio na candidatura de Rodrigo e Davi na presidência das Casas. Ele disse que não.
“O Legislativo é independente. Tanto Davi quanto Rodrigo em 2019 foram eleitos pela postura que fizeram dentro do Congresso, no Legislativo. E nesse quesito não pode deixar de reconhecer que Bolsonaro tem respeitado essa independência do Legislativo. Não penso que a decisão de quem vai ser o presidente da Câmara ou do Senado tenha de passar por um diálogo com o governo”, informou.