Adiantamento da vacinação pode ajudar a conter mortes por Covid-19
Apesar de reduzir a taxa de transmissão da doença, ação não vai significar a possibilidade de aglomerar
Foto: Farol da Bahia/Gilberto Jr.
Com a volta na produção da CoronaVac, no Instituto Butantan, e a aceleração da fabricação da AstraZeneca, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), somados à chegada das doses Pfizer, estados e municípios tiveram a possibilidade de antecipar o cronograma de vacinação contra a Covid-19.
Esse adiantamento das aplicações é um bom indicativo para diminuir o número de casos graves e morte pela doença. No entanto, isso pode aumentar a ansiedade das pessoas em voltarem para o ritmo de vida normal, como antes da pandemia. É o que preocupa o infectologista Carlos Fortaleza, professor da Faculdade de Medicina da Unesp.
"Não devemos ter euforia, só esperança. A experiência do estudo da efetividade da AstraZeneca, em Botucatu, interior de São Paulo, serve como exemplo. Toda a população adulta foi vacinada e, nas primeiras semanas, houve aumento da covid. As pessoas começaram a se aglomerar em bares e festas antes que o imunizante fizesse efeito", afirma o coordenador do trabalho feito em conjunto entre Unesp e Universidade de Oxford, em Botucatu, interior de São Paulo", disse.
E alerta: "A vacina não é um passaporte para se aglomerar, para ficar livre, para não usar máscara. Isso só é possível com a covid controlada, o que não acontece no Brasil."