Adolescente morre e outras 8 pessoas da mesma família são hospitalizadas por suspeita de envenenamento no Piauí
Vítimas são parentes de duas crianças mortas com cajus envenenados em agosto de 2024
Foto: Reprodução
Um adolescente, de 17 anos, morreu na tarde de quarta-feira (1º), na cidade de Paraíba, litoral de Piauí, por suspeita de envenenamento. Segundo a Polícia Civil, outras oito pessoas da mesma família, incluindo quatro crianças, estão hospitalizadas.
O jovem, que não teve a identidade revelada, é primo de Ulisses Gabriel da Silva, de oito anos, e João Miguel da Silva, de sete anos, mortos em 2024 após comerem cajus envenenados. Entre os internados, há uma vítima de dois anos, que é irmão dos meninos.
O delegado responsável pelo caso, Renato Pinheiro, contou ao portal G1 que a família passou mal após ingerir peixes recebidos na noite de terça-feira (31). Eles foram socorridos e encaminhados para o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda).
De acordo com informações da Polícia Militar do Piauí (PMPI), as vítimas internadas são duas irmãs do adolescente morto, o padrasto do adolescente, uma mulher e o filho, além de três crianças, filhas das irmãs do adolescente.
O caso é investigado pelas autoridades locais, que aguardam os resultados dos exames para determinar a causa do envenenamento.
Cajus envenenados
Arquivo Pessoal
Ulisses Gabriel da Silva e João Miguel da Silva foram internados no dia 25 de agosto, por envenenamento. O caçula, João Miguel, morreu três dias após dar entrada no hospital. Já Ulisses Gabriel, chegou a ficar dois meses internado, mas não resistiu.
A suspeita do crime, Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, era vizinha das crianças e foi indiciada pelos crimes de homicídio qualificado tentado e consumado contra os irmãos.
A mulher teria entregue um saco de cajus envenenados com terbufós, uma substância tóxica semelhante ao "chumbinho". Ela foi presa em flagrante no dia do crime e teve a prisão convertida em preventiva.
A mãe das vítimas relatou que o filho mais velho chegou à casa da família com as frutas. “Ele foi comer os cajus com o irmão e os dois saíram para brincar. Quando o mais novo voltou, disse que estava tonto, se sentindo mole e me pediu para segurá-lo. Eu o segurei e ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando o caju”.
Conforme a polícia, Lucélia já tinha histórico de brigas com a vizinhança e episódios de envenenamento de animais no entorno da residência. A casa dela foi queimada por vizinhos.