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Adolescentes baianas criam pulseira localizadora para neurodivergentes e idosos com recursos reaproveitados

De acordo com as estudantes, a ideia surgiu a partir da convivência delas com uma pessoa com transtorno do espectro autista (TEA)

Por Da Redação
Ás

Adolescentes baianas criam pulseira localizadora para neurodivergentes e idosos com recursos reaproveitados

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

As estudantes baianas Ana Clara Cerqueira, Evelyn Rodrigues, naturais de Salvador, e Rayka Ravena, de Jacobina, no norte do estado, criaram uma pulseira localizadora para pessoas neurodivergentes e idosas. O projeto utiliza recursos tecnológicos reaproveitados, o que reduz o valor de produção e o torna financeiramente viável.

As adolescentes estão no primeiro ano do ensino médio, têm entre 15 e 16 anos e são orientadas pelo professor Anderson Reis, do Centro Estadual de Educação Profissional em Tecnologia de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador.

De acordo com Evelyn, a ideia surgiu a partir da convivência delas com uma pessoa com Transtorno do Espectro autista (TEA).

“Temos um colega com autismo que anda de bicicleta por 40 minutos para chegar na escola. Os pais, por conta do trabalho, não podem levar ele e sempre precisam ligar para a escola para saber se ele chegou bem. Por isso, pensamos em usar a tecnologia para melhorar a vida dessas pessoas ", contou Evelyn.

"Queremos ajudar as pessoas que não têm tanto poder econômico, que não têm condições de ter um relógio que já vem com essa função localizadora, como o smartwatch. Esses aparelhos são caros, por isso, fizemos um protótipo mais barato”, explicou Ana Clara.

Ainda conforme a estudante, o projeto foi completamente pensado para ser acessível, não somente no aspecto financeiro, já que parte dos recursos tecnológicos do processador que gera e armazena informações são reciclados.

As idealizadoras adaptaram o tamanho das letras e usaram cores suaves no layout das plataformas, para aumentar a adesão entre pessoas neurodivergentes. Além disso, a pulseira é feita de crochê, evitando alergias ao plástico e deixando o uso mais confortável.

📡 Funcionamento:

- A pulseira tem um chip com internet própria;
- O equipamento se conecta a um satélite global;
- As imagens são geradas por um processador feito com placas de sistemas recicladas;
- O processador guarda as informações de rotas do paciente;
- Junto aos dados no aplicativo GeoCerca, a família pode saber, em tempo real, a localização das pessoas.

Através do GeoCerca, que tem acesso gratuito e também foi criado pelo trio, além do monitoramento ao vivo, também é possível estipular limites de distância.

Ou seja, caso a pessoa observada siga para longe ou fora de uma rota pré-estabelecida, os parentes serão avisados através do site ou do aplicativo no celular.

A pulseira é capaz de funcionar em áreas de mata densa ou até mesmo fora do Brasil, conforme as estudantes. A bateria do equipamento dura de 6 a 12 horas, a depender do tempo de uso, e é carregada via USB-C, cabo comum nos aparelhos telefônicos.

Apesar dos avanços, as jovens dizem que ainda estão longe de terminar o projeto, por isso não há previsão de distribuição, até o momento. Entre as melhorias necessárias, a principal é tornar o equipamento impermeável.

Segundo Rayka, elas têm aplicado o conhecimento trabalhado em sala para desenvolver o protótipo. "Aplicamos os conceitos aprendidos em aula, já que estamos cursando técnico de manutenção. Usamos materiais recicláveis, placas, baterias e chips, que nos permitiram estabelecer conexão com os satélites e melhorar a vida de algumas pessoas".

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