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Advogada que defende Deolane Bezerra é suspeita de participar de esquema que envolveu CPFs de pessoas mortas e movimentou R$ 2,5 bi em 14 dias

Adélia de Jesus Soares foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Advogada que defende Deolane Bezerra é suspeita de participar de esquema que envolveu CPFs de pessoas mortas e movimentou R$ 2,5 bi em 14 dias

Foto: Reprodução/AdéliaSoaresAdvogados

Adélia de Jesus Soares, a advogada  de Deolane Bezerra, foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa. Segundo a corporação, Adélia se associou a chineses para abrir empresas de fachada, permitindo a exploração ilegal de jogos de azar no Brasil. 

A investigação indicou que o grupo usou 546 CPFs falsos durante as transações, e em apenas 14 dias foram movimentados R$2,5 bilhões. Agora, o caso está na Justiça Federal. No inquérito da Polícia Civil do DF, Deolane Bezerra — presa por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais — não é citada.

Adélia Soares é dona de um escritório de advocacia em São Paulo e participou do Big Brother Brasil em 2016. Segundo a Polícia Civil do DF, ela abriu uma empresa para que um grupo chinês operasse jogos ilegais no Brasil, a Playflow. 

Depois de um funcionário da limpeza de uma delegacia do Distrito Federal cair em um golpe,  e R$1,8 mil foram transferidos da conta dele para a conta da Playflow, as investigações começaram. Após a denúncia a polícia descobriu como o site de apostas funcionava e o caminho que o dinheiro seguia.

Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava da seguinte forma:

  • O apostador entrava no site de apostas ligado à Playflow;
  • Para jogar, ele fazia o pagamento via PIX;
  • A Playflow recebia o pagamento e enviava os valores para uma espécie de banco que, na maioria das vezes, não tinha autorização do Banco Central para funcionar;
  • O grupo criminoso mandava esse dinheiro para uma casa de câmbio, que enviava os valores para fora do país;
  • Para isso, eles usavam CPFs de brasileiros, inclusive de pessoas que já haviam morrido, crianças e de pessoas que sequer existiam.

Playflow

Um documento da Junta Comercial de São Paulo mostra que Adélia Soares é administradora e representante legal da Playflow. A empresa tem sociedade com a Peach Blossom que, segundo os documentos, fica nas Ilhas Virgens Britânicas. O delegado Erick Sallum, responsável pelo caso contra a advogada, diz que Adélia Soares usou documentos falsos para abrir a empresa.

"Foram juntados uma série de documentos de outras empresas estrangeiras, documentos não traduzidos. Para uma empresa estrangeira funcionar no Brasil, há uma série de regulamentações: o contrato precisa ser traduzido por tradutor juramentado, apostilamento. Nada disso foi feito", diz o delegado. O grupo chinês foi intimado, depois das investigações. 


 

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