Agência de risco diz que desempenho fiscal do Brasil tem sido mais fraco do que o esperado
Fitch Ratings projeta que relação dívida/PIB aumente de 74,4% em 2023 para 77,8% em 2024 e 83,9% até 2026
Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
A política atual do Brasil e os efeitos não estão acompanhando o forte desempenho da economia do país, segundo a Fitch Ratings. Além disso, a agência de risco apontou ainda, na última quinta-feira (26), que desafios para o para o governo federal devem persistir e crescer no próximo ano.
Segundo a Fitch, o desempenho fiscal do país tem sido mais fraco do que o esperado em relação às projeções orçamentárias iniciais para 2024. Além disso, foi apontado que um descompasso entre a política fiscal e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) podem afetar a classificação de risco do país, atualmente em “BB”.
Para a agência, tentativas da área econômica de impulsionar receitas, com destaque para o uso de dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de dinheiro esquecido em bancos, têm se mostrado instáveis, pois se apoiam em fontes extraordinárias ou medidas com impactos limitados no tempo.
Em relação às despesas, a Fitch indicou que há um crescimento de gastos previdenciários acima do previsto.
“A indexação e a atribuição de recursos manterão a pressão sobre as despesas sociais nos próximos anos, exigindo uma maior redução das despesas discricionárias para compensar o que poderá eventualmente tornar-se inviável”, disse.
A projeção da agência para relação dívida/PIB é um aumento de 74,4% do PIB em 2023 para 77,8% em 2024 e 83,9% até 2026, números acima do esperado anteriormente, e que devem distanciar o Brasil da mediana da categoria “BB” de 55%.