Aiba lança documentário sobre o sucesso da inserção de tecnologias em pequenas propriedades de milho no oeste baiano
Projeto é uma parceria entre grandes produtores da região e pequenos produtores de milho da Aprovale
Foto: Reprodução/YouTube
A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) lançou na última segunda-feira (5), o documentário “O sucesso da inserção de tecnologias em pequenas propriedades de milho no oeste baiano”. A obra mostra a trajetória de experiência e sucesso da parceria entre grandes produtores da região e pequenos produtores de milho da Associação de Produtores do Vale do Rio de Janeiro (Aprovale).
A associação faz parte do perímetro da APA bacia do rio de Janeiro, unidade de preservação ambiental com 351.300 hectares de área, situada no município de Barreiras. O documentário mostra que a Aprovale é formada por pequenos produtores comprometidos em fazer da agricultura de pequena escala uma atividade sustentável e lucrativa. Em entrevista ao Farol da Bahia, a diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba, Alessandra Chaves, explicou que o projeto teve início em 2014 com o objetivo de acrescentar ganhos importantes para os pequenos produtores da região. Segundo ela, o projeto agrega parceiras com um mesmo objetivo: “demonstrar que com tecnologia, eficiência e conhecimento em qualquer escala, a atividade agrícola pode ser produtiva”, disse.
Ao longo dos anos, a agricultura no Brasil passou por grandes modificações, principalmente, no que diz respeito a inserção de inúmeras tecnologias de baixo custo que tem o papel de contribuir com aumento da produtividade, ampliação da renda, inserção no mercado, melhorias na qualidade de vida e fixação desse pequenos produtores no campo. Ainda de acordo com Alessandra Chaves, o projeto inovador é uma aliança entre os produtores associados da Aiba, prefeitura municipal de Barreiras, através da secretaria municipal de agricultura, produtores rurais, Aprovale e Corteva, uma grande empresa americana de produtos químicos agrícolas e sementes.
“O projeto envolve não somente a escolha de unidades demonstrativas, mas doação de sementes de alta tecnologia, capacitações e acompanhamento em campo nas diferentes fases da produção”, disse.
Ela explicou ainda, a escolha por inserir um novo modelo de agricultura em pequenas propriedades de milho da região. “A escolha do milho foi feita porque a região já produzia milho, pré-requisito essencial para sucesso da iniciativa, uma vez que é necessário o engajamento dos produtores”, disse.
Além disso, ela disse que hoje o milho serve também para a alimentação animal de aves e suínos. Em relação à questão ambiental, a diretora de Meio Ambiente da Aiba afirmou que há um cuidado em implementar o projeto em áreas abertas, pastagens degradadas e com menos utilização de produtos químicos, “uma vez que as sementes apresentam alta tecnologia”. Segundo ela, esse modelo de produção diminui o impacto do solo e da água.
“Tivemos um olhar voltado para o meio ambiente, pensando na preservação das nascentes, cachoeiras e rios existentes no território, mas consideramos também o lado social. Percebemos que o produtor instalado na área poderia ter um ganho considerável na produção, sem ter que aumentar muito a área cultivada”, disse. Ela ressaltou também que a Aprovale foi escolhida para sediar o projeto por ser a associação mais organizada do Vale.
O vice-presidente da Aprovale, Geraldo Moreira, falou, no documentário, como o projeto mudou a vida agrícola na região. “No passado a gente sofreu muitas dificuldades, mas agora com a tecnologia chegando e a gente abraçando sabemos que não é só o grande produtor que pode colher. A gente também colhe porque vivemos disso”, disse.
Ainda em entrevista ao Farol da Bahia, Alessandra Chaves reforçou que o projeto beneficia as comunidades da região com o “aumento de produção, aumento de produtividade, autonomia, acesso a capacitações e conhecimento”. “Este ano de 2021 estamos trabalhando com a Aprovale em 10 unidades demonstrativas. As expectativas são as melhores nos 2 anos anteriores a média de produção foi 83 sacas de milho por hectares, tendo picos de produção de 143 sacas por hectare”, disse.
De acordo com ela, a Aiba reformou a forma de fazer agricultura “ampliando o desenvolvimento regional transferindo conhecimento e tecnologia para agricultores de pequena escala”, concluiu. O presidente da Aprovale, Jackson Pimenta, disse que a associação é a identidade da comunidade. “Hoje a associação consegue trazer um benefício maior para as 10 comunidades devido à estrutura que possui e a nova forma de fazer agricultura. Isso só foi possível com o apoio da Aiba”, disse.
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