Ajuda humanitária na Faixa de Gaza é interrompida após mortes de palestinos em ataques israelenses
Fundação Humanitária de Gaza, apoiada por Israel e EUA, pede mais segurança para os palestinos; nos últimos três dias, pelo menos 60 foram mortos

Foto: Divulgação/Unicef
Após três dias seguidos de episódios marcados por caos e mortes próximos a postos de distribuição, a entrega da ajuda humanitária na Faixa de Gaza foi suspensa em todo o território palestino nesta quarta-feira (4).
O anúncio foi feito pela Fundação Humanitária de Gaza, grupo controverso que coordena a distribuição, apoiado pelos EUA e Israel.
A Fundação pressiona Israel a aumentar a segurança de palestinos nos locais onde os alimentos são entregues e pede para que os militares 'orientem o tráfego de pedestres de uma forma que minimize os riscos de confusão ou escalada' perto dos perímetros militares; desenvolvam orientações mais claras para civis; e aprimorem o treinamento para dar suporte à segurança civil'.
Organizações humanitárias internacionais criticam o modelo, que envolve seguranças armados, por militarizar a ajuda humanitária e tornar o acesso desigual a alimentos. Israel autorizou a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza no dia 19 de maio, depois de 11 semanas de bloqueio.
Os últimos dias foram marcados por mais de 50 mortes. Desde a semana passada, pessoas foram mortas e feridas por tiros em diversas ocasiões. No domingo (1º), autoridades palestinas afirmaram que pelo menos 31 pessoas morreram nos ataques a um centro de distribuição de alimento. Na segunda (2), mais três foram mortos.
Na terça-feira (3), 27 pessoas foram mortas por soldados de próximo a um local de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que investiga.
Com a suspensão, Israel anunciou que as áreas de distribuição passam a ser “zonas de combate ativas” e alertou para que civis não circulem pelos pontos.
Nesta quarta, o Conselho de Segurança da ONU vota uma resolução exigindo o cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas, além de acesso da ajuda humanitária em todo o território de Gaza.