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Alckmin, Moro e ex-secretários e deputados federais são algumas das autoridades ameaçadas pelo PCC

Principal foco da facção criminosa é a libertação de Marcola, líder da sigla

Por Da Redação
Ás

Alckmin, Moro e ex-secretários e deputados federais são algumas das autoridades ameaçadas pelo PCC

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsáveis pelas operações da facção, já assassinaram agentes prisionais, policiais e um juiz. A facção também "decretou", jurou matar, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ex-secretário da Administração Penitenciária Lourival Gomes, o deputado federal Coronel Telhada (PL-SP), o diretor de presídios Roberto Medina, além do promotor Lincoln Gakiya. As informações são do jornal Estadão. 

Na terça-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a Operação Sequaz para prender os envolvidos nos mais novos planos de resgate do líder da organização criminosa, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Porém, por causa do fracasso na ação, decidiram atacar autoridades em Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. O ex-juiz Sergio Moro (UB), sua esposa, a  deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), e os dois filhos seriam alguns dos alvos. 

As ameaças contra o promotor se repetem nos últimos cinco anos, quando a polícia prendeu Maria Elaine de Oliveira e Alessandra Cristina Vieira, que iam visitar os presos Julio Cesar Figueira e Mauro Cesar dos Santos Silva. Com as duas, encontraram mensagens codificadas que foram decifradas. Os textos relatavam os preparativos do PCC para matar Gakiya, um especialista em investigar a facção criminosa e os chefe dos presídios, Roberto Medina.

Com isso, os promotores também obtiveram informações sobre os planos para matar Lourival Gomes, o então secretário da Administração Penitenciária, e o hoje deputado federal Coronel Telhada, na época. Em 2010, Telhada era comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) quando o PCC tentou matá-lo pela primeira vez. Os bandidos dispararam 11 tiros contra o policial, que conseguiu escapar. A tropa comandada por Telhada era responsável por algumas das principais ações contra a facção no Estado.

Três anos depois, Gakiya obteve provas de que a facção queria matar Geraldo Alckmin, o então governador de São Paulo. Em uma das conversas interceptadas, um dos líderes do PCC, o preso Luis Henrique Fernandes, o LH, conversava com dois outros integrantes da facção. O primeiro era Rodrigo Felício, o Tiquinho, e o segundo era o então integrante da cúpula do PCC, Fabiano Alves de Sousa, o Paca.

A conversa entre os bandidos aconteceu em 11 de agosto de 2011, às 22h37. Paca questionou os comparsas sobre o que deveriam fazer. Em seguida, manda os dois arrumarem “uns irmãos que não são pedidos (que não são procurados pela polícia) e treinar”. O treinamento para a ação seria para fazer um resgate de presos ou para atacar autoridades. LH disse que o tráfico de drogas mantido pela facção estava passando por dificuldades. “Depois que esse governador (Alckmin) entrou aí o bagulho ficou doido mesmo. Você sabe de tudo o que aconteceu, cara, na época que ‘nois’ decretou ele (governador), então, hoje em dia, secretário de Segurança Pública, secretário de Administração, comandante dos vermes (PM), estão todos contra ‘nois’.”

Em escutas de 2013, a ordem de matar o governador foi novamente mencionada por membros do PCC. Foi nessa época que o plano de atacar autoridades foi integrado a outra prioridade da facção: libertar Marcola. 

Em 2017, o plano de resgate mais uma vez foi descoberto, levando a PM a transferir um pelotão da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) para a cidade de Presidente Venceslau. A mesma tática foi usada para frustrar um novo plano, no fim de 2018. A movimentação fez a facção reiterar a ordem para matar Gakiya, visto como principal responsável pelo destino dos 22 líderes do PCC, enviados ao sistema prisional federal. Em janeiro de 2019, uma nova carta foi apreendida, desta vez, na Penitenciária de Junqueirópolis. Em outubro do mesmo ano, outra mensagem da Sintonia Final, a cúpula da facção, foi encontrada na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes. Por fim, em 16 de julho de 2020, novo bilhete foi apreendido, desta vez na penitenciária de Mirandópolis.

Este último foi encontrado com um detento da chamada “sintonia do sistema”, o grupo responsável pela ordem nos presídios. Ele ia se encontrar com um advogado. O documento “cobrava” dos integrantes da facção em liberdade a morte de Gakiya. 

Na época, a facção não ameaçava ainda o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ou o então governador João Doria (PSDB), que executaram a determinação da Justiça de transferir Marcola e outros 21 líderes da facção. Desde então, Gakiya vive sob proteção policial.

Antes de planejar matar o promotor, a facção cumpriu duas vinganças contra autoridades no Estado. Há 20 anos, a facção assassinou o juiz-corregedor dos presídios de Presidente Prudente, Antonio José Machados Dias, em uma emboscada planejada por Marcola. Dois anos depois, a facção se vingou de José Ismael Pedrosa, ex-diretor da Casa de Detenção na época do massacre de 111 presos no Carandiru e do Centro de Ressocialização Penitenciária (CRP), antigo anexo da Casa de Custódia de Taubaté. Em 2006, a facção faria uma série de ataques contra forças policiais no estado, assassinando 59 agentes públicos.

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