Alemanha busca convencer Trump a reverter saída dos EUA da OMS
A medida foi justificada por alegações de má gestão da OMS e influência política da China
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A decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos da OMS (Organização Mundial da Saúde) gerou críticas internacionais e preocupações sobre o impacto na cooperação global em saúde pública. A medida, anunciada nesta segunda (20), primeiro dia de seu mandato, foi justificada por alegações de má gestão da OMS e influência política da China.
A Alemanha declarou que tentará convencer Trump a reverter a decisão. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, nesta terça-feira (21), conforme reportado pela Reuters.
Segundo Lauterbach, "a declaração do novo presidente dos EUA de retirar-se da Organização Mundial da Saúde é um golpe sério na luta internacional contra crises globais de saúde". Ele acrescentou: "Vamos tentar persuadir Donald Trump a reconsiderar essa decisão".
A União Europeia também expressou preocupação com a retirada dos Estados Unidos da OMS. De acordo com Eva Hrncirova, porta-voz da Comissão Europeia, o bloco espera que a decisão ainda esteja em revisão.
"Recebemos com preocupação o anúncio de retirada dos Estados Unidos da OMS e confiamos que a administração norte-americana levará tudo isso em consideração antes da retirada formal", afirmou durante o briefing diário a Comissão Europeia, ainda segundo a Reuters.
A OMS lamentou a decisão e reforçou a importância da parceria de longa data com os Estados Unidos, que é membro fundador da organização desde 1948. Em nota, a agência destacou os avanços alcançados em conjunto, como a erradicação da varíola e a quase eliminação da poliomielite.
A entidade também reiterou seu papel essencial na proteção da saúde global e expressou esperança de que a decisão seja reconsiderada para manter a colaboração internacional diante de desafios sanitários que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Trump anunciou a saída dos EUA da OMS em seu primeiro dia de mandato, alegando má gestão da organização durante a pandemia de Covid-19 e acusando-a de ser influenciada politicamente pela China.
Ele também criticou os valores financeiros desproporcionais pagos pelos EUA em comparação a outros países e afirmou que a agência precisa de reformas. A decisão inclui a interrupção das negociações sobre o tratado de pandemias e a revisão da estratégia de segurança sanitária americana.
Os Estados Unidos, que atualmente são responsáveis por cerca de 18% do orçamento da OMS, terão 12 meses para concluir o processo de desvinculação. A saída pode impactar gravemente programas essenciais da organização, como os de combate a tuberculose, HIV/Aids e emergências de saúde global, de acordo com especialistas.
Além disso, a decisão inclui a interrupção de negociações relacionadas ao tratado global de pandemias e a revisão da estratégia de segurança sanitária americana. Essas mudanças podem ter repercussões significativas para a cooperação internacional em saúde pública.