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Alojamentos de trabalhadores resgatados em fazenda de Leonardo são descritos como 'precários'

Foram encontradas camas improvisadas e um banheiro inoperante com infestação de morcegos

Por Da Redação
Ás

Alojamentos de trabalhadores resgatados em fazenda de Leonardo são descritos como 'precários'

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A fiscalização divulgada na segunda-feira (7), que incluiu o cantor Leonardo na "lista suja" do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), descreveu os alojamentos onde os funcionários dormiam como "precários", sem banheiros e com camas improvisadas, além de infestação de morcegos e fezes.

A fiscalização foi realizada em duas fazendas: a Lakanka e a Talismã, que é avaliada em R$ 60 milhões. Os trabalhadores resgatados foram encontradas na primeira fazenda, a segunda fazenda consta na investigação por estar próxima fisicamente da primeira, por fazerem parte do mesmo conjunto de operações agrícolas e por ambas serem propriedades de Emival Eterno da Costa - nome verdadeiro do cantor Leonardo.

A fiscalização foi realizada por técnicos do MTE, em novembro de 2023, na Fazenda Lakanka. Seis pessoas, incluindo um adolescente de 17 anos, foram encontradas em condições degradantes, em situação que configura, de acordo com o ministério, a escravidão contemporânea no Brasil. Embora a fazenda seja propriedade do cantor Leonardo, ela está alugada para outra pessoa. Mas o relatório explica que todos os trabalhadores prestavam serviço para Leonardo, mesmo que de forma indireta e, por isso, ele foi responsabilizado.

Funcionários viviam em situações precárias

Os funcionários dormiam em uma casa abandonada, localizada a 2km da sede da fazenda. A casa estava sem manutenção e com telhas deslocadas, permitindo a passagem de água da chuva, que molhou pertences dos trabalhadores. O documento da investigação aponta que o dormitório foi improvisado pelos empregados.

“Os empregados fizeram uso de objetos abandonados que encontraram para improvisar tarimbas, como tábuas de madeira, portas velhas, galões de agrotóxicos, tijolos e tocos e colocaram sobre estas colchões velhos, pedaços de espuma e cobertores que trouxeram”, destaca o documento.

No momento da inspeção, dois trabalhadores irmãos dormiam juntos num colchão de casal colocado em cima de uma tábua improvisada, outros três empregados dormiam juntos em outras três tarimbas, camas rudes, duras e desconfortáveis improvisadas. O último dormia em uma rede adquirida com seus próprios recursos, segundo o relatório.

Existia uma infestação de morcegos, com fezes dos animais em todos os cômodos. Outros animais também apareciam no local, como formigas, cobras e escorpiões, no dia da inspeção, havia uma cobra morta perto do alojamento.

Os empregados não tinham acesso a um banheiro adequado, o alojamento possuía um banheiro que estava totalmente inoperante, sem água e repleto de fezes de morcegos acumuladas e insetos. Os empregados usavam árvores próximas para fazerem xixi e cocô. Para tomar banho e lavar suas roupas, eles precisaram improvisar uma mangueira preta amarrada à estrutura de madeira, a qual foi ligada a uma bomba de água submersível dentro de um poço, com acionamento por um disjuntor fora de caixa e com fuga de corrente. Após o banho, eles tomavam choques ao acionarem o disjuntor para desligar a bomba, enquanto ainda estavam molhados.

A única água disponível no local estava em um poço desprovido de qualquer manutenção, segundo os fiscais, a tampa do poço estava quebrada, permitindo que aves e roedores entrassem no poço e se afogassem, apodrecendo no interior, o que torna a água imprópria para o uso. Os trabalhadores percorriam uma distância de 2km, até a sede da Fazenda Lakanka, levando garrafas de água emprestadas pelo arrendatário daquela fazenda, com a finalidade de obter água em um bebedouro que também não recebia tratamento.

Defesa do cantor

A defesa do cantor declarou que um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado, e "todos os problemas foram resolvidos", mesmo sem serem de responsabilidade direta de Leonardo, considerando o alugamento da fazenda. O advogado do artista ainda disse que todas as indenizações devidas foram pagas, e o acordo proposto pelo Ministério Público foi aceito, resultando no arquivamento dos processos. A defesa de Leonardo está tomando medidas para remover o nome de Leonardo da lista.

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