Alta nos medicamentos tenta evitar desabastecimento, explica Sindusfarma
Presidente do sindicato afirmou a concorrência pode impedir que preços subam em quase 11%
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, afirmou que o reajuste de quase 11% nos preços dos medicamentos, autorizado pelo governo federal, acontece para evitar um desabastecimento nas farmácias. O reajuste entrou em vigor nesta sexta-feira (1).
Segundo Mussolini, o ajustamento acontece “para que não falte medicamentos nas farmácias, continue oferecendo produtos à população, precisamos fazer um reajuste de preços, que de fato eventualmente não entra de imediato, há um tempo de adequação, há estoques, muita concorrência, e a concorrência segura preços”. As informações são da CNN.
O diretor executivo do sindicato nega, no entanto, que haja relação entre o reajuste e a pandemia. Na realidade, a correção aconteceria devido ao alto custo de importação dos medicamentos.
"Não há uma relação direta entre pandemia e o reajuste de preço. De fato, o reajuste é uma recomposição dos nossos custos, 95% do que colocamos de um comprimido, de uma caixinha, é produto que vem de fora do Brasil, importados, e isso traz para nós um custo muito alto”, afirmou em entrevista à CNN.
A média para que o reajuste atinja as prateleiras das farmácias varia entre 30 e 60 dias, segundo o sindicato. Já o valor não costuma ser repassado integralmente à população, por servir como limite máximo de alta de preços.
“Por isso, acreditamos que poucos produtos chegarão ao teto. Os que têm menos concorrência terão um impacto um pouco maior”, disse. “No fim do dia, hoje há uma forte influência dos genéricos. A empresa líder de mercado do Brasil tem 6% do mercado, de mais de 95% da linha dela tem uma concorrência muito forte. Se quiser aumentar todos os medicamentos em 11%, certamente perderá mercado”, explicou.
Como dita, Mussolini aconselha que sejam tomadas, de forma “extremamente importante”, medidas como pesquisa de preços, procura por descontos ou planos de fidelidade e também conservar com os médicos sobre alternativas mais baratas. O reajuste é exclusivo para medicamentos de tarja vermelha.
"É extremamente importante a pesquisa de preço, olhar o preço, fazer pergunta na farmácia se não tem um desconto, plano de fidelidade, e o reajuste é para produtos com tarja vermelha, prescrito pelo profissional de saúde, então converse com seu médico.", segue, citando programas como o "Aqui Tem Farmácia Popular”, que oferecem remédios para diabetes, hipertensão arterial e asma, de forma gratuita.
“Medicamentos de alto custo na sua grande maioria são comprados pelo governo, e esse aumento não impacta a compra, que tem redutores e pressão muito grande do governo. Temos falhas? Sem dúvida nenhuma, mas o sistema de saúde brasileiro é referência mundial”, concluiu.