Alto nível de fome coloca 500 mil crianças em risco de morte na Somália
Segundo a ONU, o número é 173 mil maior do que o registrado em 2011
Foto: Unicef/Ismail Taxta
O alto nível de insegurança alimentar na Somália coloca mais de 513 mil crianças em risco de morte. Como explicou o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, o número é 173 mil maior do que o registrado em 2011.
Em solicitação de financiamento para ajudar as comunidades vulneráveis prejudicadas por sucessivas secas, altos preços dos alimentos e conflitos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, o Programa Mundial de Alimentos, PMA e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, destacam que a emergência não apresenta sinais de recuperação.
Segundo a FAO, nas próximas semanas, uma declaração de estado de fome deve ser divulgada se nada for feito. A agência alerta que as mortes relacionadas à seca já estão sendo registradas e o número pode ser ainda maior em áreas rurais de difícil acesso.
No período de fome de 2011, aproximadamente 340 mil crianças passaram por tratamento para desnutrição aguda grave, disse o porta-voz do Unicef, James Elder. Ele ressalta que o número atual é de 513 mil crianças, em situação que considera “um pesadelo que ainda não havíamos visto neste século”, disse à jornalistas em Genebra.
Em junho, o Unicef informou que 386 mil crianças necessitavam de tratamento para desnutrição aguda grave. Conforme a agência, esse montante elevou para mais de meio milhão, um aumento de 33%, com outros 127 mil menores em risco de morte.
Ainda de acordo com a FAO, cerca de 6,7 milhões de pessoas na Somália ainda devem sofrer com altos níveis de insegurança alimentar aguda entre outubro e dezembro deste ano.
Para o porta-voz do Unicef, a região necessita de financiamento, medida que pode ajudar a alimentar crianças com desnutrição aguda e evitar doenças. Ele explica que esse grupo têm até 11 vezes mais probabilidade de morrer de diarreia e sarampo do que aquelas que estão bem nutridas.