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Bahia

Amamentação: conheça a importância e os benefícios do leite materno

Hospital em Salvador faz campanha para impulsionar a doação de leite humano durante a pandemia

Por Ane Catarine Lima
Ás

Amamentação: conheça a importância e os benefícios do leite materno

Foto: Getty Images

O aleitamento materno é a alimentação ideal para todas as crianças, em especial as recém-nascidas. Devido a composição de nutrientes, o leite materno é considerado um alimento completo para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê durante os primeiros dois anos de vida ou mais. É um alimento de fácil e rápida digestão, completamente aproveitado pelo organismo infantil e que durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, tem faltado nos estoques de hospitais. É o caso do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, que registrou uma queda de 50% no estoque durante o ano de 2020.

Com o objetivo de impulsionar o abastecimento do estoque, o HGRS está promovendo ações de incentivo à doação de leite humano e frascos de vidro. Uma delas, por exemplo, é a campanha ‘Doação de leite humano: a pandemia trouxe mudanças, a sua doação traz esperança’. Todas as doações serão destinadas ao banco de leite da Maternidade Dulcineia Moinho, que funciona dentro do hospital.  A nutricionista responsável pelo Banco de Leite do Hospital Geral Roberto Santos, Alessandra Mariane Borborema, explicou ao Farol da Bahia sobre a importância da campanha neste momento. Segundo ela, durante a pandemia houve um menor número de doações, principalmente, porque a maioria das mães ficaram mais “temerosas” com medo de uma possível contaminação pelo novo coronavírus. 

“A campanha é importante nesse momento justamente porque ela tem o objetivo de conscientizar as mães que amamentam sobre a necessidade de doar o seu excedente. O leite materno é um alimento muito importante não só a nível de nutrientes para o crescimento do bebê. O leite materno também contém anticorpos que funcionam como uma vacina protegendo o bebê de doenças e infecções não só enquanto está mamando, mas também depois de ele ter desmamado”, explicou.

“O leite que é doado é o excedente das mães que têm bebê. Existe um momento, principalmente nos primeiros dias de vida do bebê, em que o organismo da mãe produz mais leite do que a criança precisa. Esse momento é chamado de apojadura, que são os primeiros dias de amamentação. Normalmente, nesses casos, a mãe começa a produzir o leite e o bebê não dá conta daquele volume excedente. Então, ao invés de jogar fora o leite que não é usado, essa mãe deve procurar um banco de leite para fazer a doação. 1 litro de leite jogado fora dá para alimentar mais de 10 bebês prematuros, que estão internados no hospital”, disse.

“O Hospital Geral Roberto Santos conta com 17 leitos de UTI neonatal e 23 semi-uti, onde ficam os bebês prematuros. Ou seja, grande parte dos bebês são realmente prematuros e eles precisam muito do leite materno porque o aleitamento ajuda a diminuir o tempo de internação e, além disso, também auxilia na imaturidade fisiológica desse bebê. O leite materno é o melhor alimento e os prematuros que se alimentam dele têm menos risco de morte. As mães que têm filho prematuro precisam dar de mamar para a criança, pois o leite dessas mães é ainda mais nutritivo. Mas acontece de mães que não produzem leite suficiente,  por esse motivo é importante a doação do excedente”, completou.

De acordo com o Ministério da Saúde qualquer criança pode, e deve, se alimentar apenas do leite materno nos seus seis primeiros meses de vida, não precisando comer ou beber mais nada, nem mesmo água ou chás, pois nele há tudo que o bebê necessita para estar nutrido, crescer e se desenvolver com saúde. Ainda segundo a pasta, o recém-nascido alimentado apenas com o leite materno tende a se recuperar de doenças com mais facilidade, beneficiando também a mãe ao reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 após a gravidez, assim como, o risco de depressão pós parto.

Além disso, o aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até os cinco anos, evita diarréia e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão e reduz também a chance de obesidade. O ato contribui ainda para o desenvolvimento da cavidade bucal do bebê e promove o vínculo afetivo entre mãe e filho.

Quem pode doar

Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Para doar, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. Quanto mais leite é retirado da mama, seja para o seu bebê ou para doação, mais leite será produzido. “É importante que a mãe que está com excedente de leite ligue para o hospital para que a gente possa orientá-la”, alterou Alessandra Mariane Borborema.

Quem não amamenta também pode ajudar os bancos de leite humano doando potes de vidros. Não importa o tamanho, mas precisa ser de tampa plástica. O Banco de Leite Humano da Maternidade Dulcineia Moinho, no HGRS, está situado no 3º andar, ala C da instituição. Funciona todos os dias, das 7h às 19h, inclusive, aos fins de semana. Interessados em realizar doações ou obter informações adicionais podem entrar em contato pelo telefone (71) 3117-7851 ou pelo WhatsApp (71) 98225-5493.

Orientações para doação

– Atente-se ao preparo do frasco para guardar o leite materno.

– Tome cuidados de higiene antes de iniciar a coleta.

– Escolha um local tranquilo para retirar o leite.

– Retire, guarde e armazene o leite corretamente.

– Ligue para o Banco de Leite Humano mais próximo e informe-se sobre a maneira mais segura de fazer a sua doação.

Câncer

Especialistas afirmam que a amamentação é benéfica também para as mães, que ficam mais protegidas contra o câncer de ovário e de mama. A cada ano que a mulher amamenta, o risco de que venha  a desenvolver câncer de mama cai 6%. De acordo com o American Institute for Cancer Research, isso ocorre porque a lactação induz um padrão hormonal único associado a um período de amenorreia (ausência de de menstruação), o que reduz a exposição da mulher a variações hormonais associadas a esse tipo de tumor. 

Apesar dos inúmeros benefícios, algumas mamães sofrem muitas dificuldades para amamentar. Veja problemas que podem surgir nesse momento e algumas soluções:

-Mamilos planos ou invertidos: podem dificultar o início da amamentação, mas não necessariamente a inviabilizam. Algumas estratégias ajudam a aumentar o mamilo, tais como compressas frias, sucção com bomba manual e uso de conchas.

-Leite empedrado: esse ingurgitamento patológico deixa a mama muito distendida e dolorida. Recomenda-se ordenhar um pouco os seios antes da mamada, só o suficiente para amaciá-los e facilitar a pega, massagear as regiões afetadas, aplicar compressas frias e usar um sutiã firme. Analgésicos e anti-inflamatórios podem ajudar.

-Candidíase: infecção por fungo que gera coceira e sensação de queimadura e agulhadas nos mamilos. Se o problema surgir, é preciso tratar a mãe e o bebê simultaneamente. Chupetas e mamadeiras podem favorecer a volta da infecção, por isso, elas devem ser fervidas diariamente.

-Mastite: processo inflamatório no tecido mamário que pode evoluir para uma infecção bacteriana. Relacionada à estagnação do leite, causa dor, vermelhidão, febre alta e calafrios. Casos mais graves exigem antibióticos ou mesmo drenagem cirúrgica.

Fonte: Ministério da Saúde
 

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