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Salvador

Ambulantes não aprovam 'passarela' na Barra e apontam falta de logística para compra de mercadorias durante o Carnaval

Trabalhadores alegam que o titular da Semop, Alexandre Tinoco, não ouviu as demanas da categoria e deu 'as costas'

Por Emilly Lima
Ás

Ambulantes não aprovam 'passarela' na Barra e apontam falta de logística para compra de mercadorias durante o Carnaval

Foto: Farol da Bahia

Sem ter um novo capítulo, a "passarela" construída pela Prefeitura de Salvador para abrigar os vendedores ambulantes que vão trabalhar na Barra durante o período do Carnaval segue sendo alvo de críticas pelos próprios trabalhadores, que questionam não só a segurança, mas também a logística por trás do equipamento.

Ao Farol da Bahia, a vendedora Andreia dos Santos Santana, que já atua como ambulante no Carnaval há pelo menos sete anos, informou que a forma como a estrutura foi montada prejudica a locomoção para comprar novas mercadorias, caso necessário, em meio aos desfiles dos trios.

"Eu entendo a posição e a teoria deles que querem a melhoria para o ambulante, só que da forma que eles estão fazendo não é uma melhoria. Eu entendo que isso é uma forma de nos assegurar, só que assegura de um lado e prejudica do outro, porque como vamos fazer para pegar mercadoria, sendo que o ponto de vendas é do outro lado da rua? Como vamos enfrentar uma multidão de milhares de pessoas para descer essas escadas, atravessar essa areia e abastecer? Aí, acabou a mercadoria, vamos ter esse transtorno de novo", disse.

"A gente não está questionando somente a estrutura, mas também a locomoção da mercadoria. São milhares de pessoas, como vamos atravessar esse pessoal todo?", questionou, pedindo atenção da prefeitura para esse ponto.

Andreia também apontou a possibilidade de os ambulantes que ficarem na "passarela", afastados do circuito, serem prejudicados pela queda nas vendas e teme que os foliões deem preferência a quem estiver do outro lado, mais próximo dos trios.

"E outra, o passeio vai ficar soterrado de pessoas. Nós vamos vender a quem? Porque os trios vão passar lá na frente, quem é que vai sair das cordas para vir comprar aqui [na estrutura]? O pessoal vai dar prioridade a quem está do outro lado. É isso que não estamos concordando e o secretário deveria ouvir a gente, mas ele nos deu as costas", criticou, comentando sobre o titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Alexandre Tinoco.

"Nós não aceitamos entrar aqui sem ter as melhorias. Nós tentamos conversar com o secretário diversas vezes, mas em momento nenhum ele nos deu atenção e nos ouviu. Simplesmente estava no telefone e virou as costas", complementou.

O equipamento passou por inspeção na quarta-feira (7) por uma equipe de arquitetos e engenheiros da Central de Apoio Técnico (Ceat) do Ministério Público da Bahia, mas foi constatada a permanência de irregularidades que comprometem a segurança da estrutura.

O MP enviou ofícios à prefeitura de Salvador e à empresa FGM, solicitando o envio dos projetos estrutural e elétrico, além de informações sobre as medidas adotadas para corrigir as irregularidades identificadas durante as vistorias. Além disso, o MP também solicitou ao Corpo de Bombeiros que enviasse os relatórios das fiscalizações realizadas nos dias 2 e no dia anterior.

Desde o início da construção, a "passarela" já passou por pelo menos cinco vistorias e vai passar por mais uma nesta quinta-feira (8), às 11h. Se aprovado para uso, a estimativa da Semop é de que cerca de 350 ambulantes ocupem o espaço.

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