Amorim diz que Netanyahu “vai ficar esperando” um pedido de desculpas de Lula
Conselheiro de Lula, do Itamaraty paralelo, afirma ser "praticamente impossível" o diálogo com o primeiro-ministro israelense
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, negou qualquer possibilidade de um pedido de desculpas por parte do presidente Lula ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por suas falas comparando a ofensiva militar de Israel em Gaza ao Holocausto.
Em entrevista para a Folha, Amorim expressou sua preocupação com as chances de diálogo com o governo israelense durante o conflito com o Hamas, que, assim como Lula, ele classifica como "genocídio".
“Eu acho praticamente impossível [diálogo com Netanyahu]. Pode ser que mude de atitude; eu sou um pouco pessimista. Obviamente esse governo não quer que exista a Palestina, nem em Gaza nem na Cisjordânia. Uma das declarações citada pela África do Sul, mas repetida pela Corte, é de que não há inocentes. Se não há inocentes, é preciso eliminar todo mundo. Diferenciar isso de genocídio é muito difícil".
Sobre a cobrança para que Lula peça desculpas por sua declaração, Amorim afirmou:
“Vai ficar pedindo. Se é que ele [Netanyahu] está insistindo mesmo. Não sei se ele faz isso por demagogia interna ou por qualquer outra razão, mas certamente se ele está esperando isso não vai receber.”