Anderson Torres tem porte de arma cassado pela Polícia Federal
Decisão faz parte de processo administrativo relacionado à atuação durante os eventos de 8 de janeiro
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) notificou o ex-ministro Anderson Torres sobre a cassação do seu porte de arma. O documento, assinado pelo delegado Maurício Rocha da Silva, chefe da Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos, foi entregue na residência de Torres, em Brasília, na última sexta-feira (22).
A notificação determina a suspensão cautelar do porte de arma de Torres e exige que todos os impedimentos sejam registrados no Sistema Nacional de Armas da PF (Sinarm). Além disso, o interessado foi intimado sobre a decisão.
Essa ação faz parte do processo administrativo em que Anderson Torres, também delegado da PF, está envolvido devido à suposta omissão durante os eventos de 8 de janeiro. O processo interno visa determinar se o ex-ministro deve ser expulso da instituição, com base na Lei nº 4.878, que trata do regime jurídico dos policiais federais. O artigo 43 dessa lei caracteriza como transgressão "praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial".
A avaliação dos investigadores, conforme documentação desse processo, é de que a conduta de Torres prejudicou a imagem da instituição.
As armas de Torres foram recolhidas em 10 de janeiro, quando a PF e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram buscas em sua residência e encontraram o que ficou conhecido como a "minuta do golpe" em um armário. Quatro dias após esses acontecimentos, o então secretário de Segurança do Distrito Federal foi detido após interromper suas férias nos Estados Unidos para retornar ao Brasil. A decisão de cassar seu porte de arma é mais um desdobramento desse caso.