Anderson Torres volta a negar participação em reuniões sobre medidas antidemocráticas
Declaração acontece após STF retirar sigilo de depoimentos sobre suposta tentativa de golpe durante governo Bolsonaro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres emitiu uma nota, por meio de sua defesa, para negar novamente qualquer envolvimento em reuniões para discutir medidas antidemocráticas durante o governo Jair Bolsonaro. A declaração ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tornar público 27 depoimentos colhidos pela Polícia Federal no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para invalidar as eleições de 2022.
Diversos ex-integrantes do governo Bolsonaro, incluindo o ex-presidente, ex-ministros e militares estão entre os investigados. O nome de Anderson Torres é mencionado repetidamente nos depoimentos.
Em nota, o advogado Eumar Novacki, representante de Torres, afirmou que solicitará novos depoimentos ou eventual acareação, além de tomar outras medidas necessárias para esclarecer o caso. "Anderson Torres mantém uma postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegável com a democracia", ressaltou a nota.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes de retirar o sigilo dos depoimentos ocorreu nesta sexta-feira (15). Segundo Moraes, a medida foi tomada devido a "inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial".
Os depoimentos agora tornados públicos incluem relatos de militares e civis, destacando-se personalidades como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, o presidente do PL Valdemar Costa Neto, entre outros. As falas abordam questões como a suposta "minuta do golpe" discutida em reuniões lideradas por Bolsonaro.
Com a divulgação dos depoimentos, espera-se uma maior transparência sobre o andamento das investigações e o papel de cada envolvido nos eventos em análise pelo STF.