Política

Angelo Coronel teria atuado em acordo que deu início a operação no TJ-BA

Após suspeitas, o STJ autorizou investigação sobre venda de sentenças no Tribunal

Por Da Redação
Ás

Angelo Coronel teria atuado em acordo que deu início a operação no TJ-BA

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) participou do processo de intermediação para promover um acordo entre os produtores rurais do oeste da Bahia que serviu de base para a Operação Faroeste, processo que investiga um suposto esquema de venda de sentenças para permitir a grilagem na região deflagrada no mês passado. A Procuradoria-Geral da República ofereceu denúncia contra 15 pessoas no caso, entre elas quatro desembargadores e três juízes do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Coronel, que era presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), promoveu em abril de 2017, reuniões entre as partes (cerca de 400 produtores que alegavam trabalhar na região) por mais de 30 anos e o borracheiro José Valter Dias, um dos denunciados pela Procuradoria, que reivindicava a posse de uma terra de mais de 366 mil hectares.

Em 27 de abril daquele ano, Coronel participou da assinatura de um documento judicial onde determinava que os agricultores deveriam pagar 23 sacas de soja por hectare durante seis anos a Dias a fim de ter o direito de permanecer no terreno. Em valores atuais, uma saca de soja vale R$ 83, o que renderia ao borracheiro R$ 687 milhões por ano, segundo cálculo da Procuradoria.

Ao autorizar a Operação Faroeste, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes, falou em "aceleração extraordinária" entre a criação do centro jurídico e o acordo fundiário. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

A produção do Farol da Bahia entrou em contato com assessoria do senador, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria. 

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