Política

Angra 3: TCU determina exigências para que governo retome as obras da usina

O governo precisa explicitar se a obra ainda se justifica sob o ponto de vista elétrico e energético

Por Da Redação
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Angra 3: TCU determina exigências para que governo retome as obras da usina

Foto: Reprodução / Folha

O Tribunal de Contas da União (TCU) quer que o governo comprove que a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 é, de fato, a melhor alternativa para o País. O órgão cobra transparência da União e questiona as justificativas para concluir um empreendimento que deve demandar outros R$ 15,5 bilhões, além dos R$ 8,3 bilhões já gastos, para uma potência instalada de apenas 1.405 megawatts (MW), custeado pelas contas de luz.

Os questionamentos constam de acórdão aprovado por unanimidade pelo plenário do TCU. O documento definiu uma série de exigências e de recomendações para que o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) possam prosseguir com os estudos sobre o futuro de Angra 3. A usina foi incluída no PPI em julho passado.

Em sua análise, o TCU argumenta que, antes de definir um modelo para a retomada do empreendimento, o governo precisa explicitar se a obra ainda se justifica sob o ponto de vista elétrico e energético. A Corte de Contas menciona estudo do Instituto Escolhas e da consultoria PSR que mostrou que o custo da energia a ser produzida pela usina será o mais alto entre todas as fontes disponíveis no País.

A análise conclui que desmontar a usina e substituí-la por parques solares no Sudeste geraria uma economia de R$ 12,5 bilhões aos consumidores. Diante da polêmica, uma das recomendações do TCU é que o governo faça uma consulta pública para ouvir os agentes do setor antes de tomar uma decisão sobre a retomada ou o cancelamento do projeto, expondo estudos, modelos e opções.
 

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