Anvisa permite ensaio clínico de nova vacina para Covid-19 da UFMG
O estudo também será financiado pelo MCTI, pela Fiocruz e pela Prefeitura de Belo Horizonte

Foto: Robson Valverde/SES-SC
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu, nesta segunda-feira (3), a realização de um ensaio clínico de uma vacina contra a Covid-19, a SpiN-Tec, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A substância, de administração intramuscular, conta com esquema inicial de duas doses. A SpiN-Tec, desenvolvida pelo CTVacinas da universidade, tem como diferencial a mistura de duas proteínas do novo coronavírus, com o objetivo de aprimorar a resposta induzida no organismo.
Enquanto grande parte das vacinas carregam apenas a proteína Spike, utilizada pelo vírus para invadir as células humanas, a vacina da UFMG contempla também a proteína N, considerada mais estável e menos afetada pelas mutações do novo coronavírus.
De acordo com a UFMG, essa característica ajuda a elevar o potencial da vacina para o combate de um maior número de variantes da Covid-19. “Percebemos a importância dessa outra proteína, a N, alojada no nucleocapsídeo do SARS-CoV-2, quando estávamos desenvolvendo o kit diagnóstico para Covid-19 e decidimos adicioná-la à vacina em desenvolvimento”, explicou o pesquisador Flávio Fonseca em um comunicado
A SpiN-Tec já passou pela etapa dos testes pré-clínicos, onde apresentaram resultados positivos. Como explicou a UFMG, o imunizante não provocou efeitos colaterais adversos detectáveis, além de demonstrar uma capacidade de produção de anticorpos tanto para proteína S quanto para a N.
Segundo os pesquisadores, também foi observado a indução da resposta celular, um componente essencial de defesa do organismo, com a ação dos linfócitos T. Além da UFMG, o estudo será financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Prefeitura de Belo Horizonte.