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Ao menos 24% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, diz ONU

Pessoas com deficiência enfrentam dificuldades com a falta de acessibilidade e inclusão social

Por Da Redação
Ás

 Ao menos 24% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, diz ONU

Foto: Reprodução / Agência Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo vive com alguma forma de deficiência, destas quase 93 milhões são crianças. No Brasil, são 45,6 milhões de pessoas, que representam quase 24% da população brasileira com algum tipo de deficiência.

No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência comemorado nesta terça-feira (3), são muitos ainda os desafios que esta parcela da população enfrenta todos os dias. As pessoas com deficiência vivenciam desigualdades na sua vida diária e têm menos oportunidades de ter acesso a uma educação de qualidade e de se desenvolver num ambiente inclusivo.

O Brasil vai na contramão no que diz respeito aos direitos e políticas públicas que garantam inclusão e qualidade de vida para essas pessoas. 

Quem vive na pele este desafio é Cacai Bauer, com 25 anos, é a primeira digital influencer com síndrome de down do Brasil. Para ela, o mais difícil é encarar o preconceito. 

“Já sofri bastante preconceito, tanto na vida pessoal, quanto como pessoa de influência que sou. Alguns comentários maldosos já foram enviados para as minhas redes sociais. Mas tento lidar da melhor forma possível, eu ignoro os “haters”, não vale a pena dar ouvido para estas pessoas que só buscam o mal do outro. Procuro demonstrar como lido com a situação para que outros deficientes saibam como lidar também”, disse.

Leis

Apesar da acessibilidade ser garantida por lei, a realidade mostra o contrário. Falta acessibilidade quando um cadeirante deseja fazer uma compra, mas a loja não possui rampa de acesso. Ou quando uma pessoa cega vai a um restaurante e ele não tem cardápio em braile. Quando um surdo quer assistir um vídeo, mas ele está sem legenda e tradução para Libras (Língua Brasileira de Sinais). São algumas situações vivenciadas pelas pessoas com deficiência todos os dias. 

Além disso, as pessoas com deficiência enfrentam dificuldades para conseguir um emprego. As empresas continuam resistentes em contratar PCDs apesar da lei de cotas garantir este direito. Se a legislação fosse cumprida por todas as empresas, mais de 400.000 postos de trabalho poderiam ser criados.

A situação está longe de ser resolvida, o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto que acaba com as cotas para trabalhadores com deficiência nas empresas. 

O PL 6.195/2019, proposto pelo governo, permite que empresas recolham dois salários mínimos a uma conta da União em troca de contratar funcionários com deficiência. O fundo será gerenciado pelo governo e, em tese, aplicado no programa de reabilitação física e profissional. 

A criação dessa política de recuperação para o trabalho já era prevista na Medida Provisória 905, que criou o programa verde amarelo de estímulo ao emprego.

Nesta terça-feira (3), a oposição marcou uma reunião para tentar barrar o projeto de lei (PL) e derrubar a urgência que ele está tramitando.

Síndrome de Down

Dira Ramos após ser tornar mãe de uma criança com síndrome de down, resolveu dedicar sua vida a causa. Hoje é presidente da Unidos pelo Amor, associação sem fins lucrativos que luta pela causa das pessoas com deficiência.
"Pessoas com síndrome de Down são, acima de tudo, pessoas. O seu desenvolvimento desenvolvimento será influenciado pela qualidade dos cuidados, da educação e da experiência social que lhes são oferecidos, assim como qualquer outra pessoa".

Falta ainda muita informação sobre como educar uma criança com só dorme de down. Segundo Dira, ajuda de terapeutas é essencial.  "Eles nos aconselham a incluir os filhos deficientes em todas as atividades da família e a ajudá-los por meio de brincadeiras e programas educativos especiais para desenvolver suas habilidades. Esses programas — que devem começar logo após o nascimento — incluem fisioterapia e fonoterapia, além de atenção personalizada e apoio emocional à criança e à família. Nós a incluímos em todas as nossas atividades e a tratamos e disciplinamos", frisou. 
Dira Ramos afirma que  "precisamos  de mais políticas públicas, que o poder público se sensibilize mais com a causa, criem mais leis que beneficiam essas pessoas. Ou que pelo menos equiparem valores e direitos, para que eles possam viver numa sociedade melhor e mais justa", disse.

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