Apagão em São Paulo foi falha da Enel e governo vai cobrar pelos prejuízos causados
No terceiro dia de apagão nas cidades da Grande São Paulo, 430 mil imóveis estão sem energia elétrica
Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil
O governo federal comunicou nesta segunda-feira (14) que existiu uma falha na distribuição de energia em São Paulo pela parte da Enel. Também foi identificado um erro na fiscalização, mas não foi possível identificar se a responsabilidade é a Anaeel ou do governo paulista.
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, declarou que o caso é uma conduta "inadmissível". O governo também cobrará a concessionária os prejuízos gerados pela falta de energia elétrica. A situação começou após um temporal na última sexta-feira (11) e a atuação da Enel tem sido questionada.
Aproximadamente 430 mil imóveis em cidades da Grande São Paulo continuavam sem energia elétrica até a manhã desta segunda. Esse é o terceiro dia do apagão. "É importante dizer que é inadmissível que uma situação como essa aconteça, ainda mais duas vezes. [...] Sem que as medidas emergenciais tenham sido adotadas na velocidade necessária para pelo menos mitigar os danos causados por este tipo de situação", declarou Carvalho na coletiva de imprensa.
A CGU irá iniciar uma auditoria na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para investigar as medidas de fiscalização utilizadas na agência no caso da Enel. ""Em que extensão essa falha é da fiscalização da Aneel, da agência do estado de São Paulo e pode ter havido algum tipo — e eu não estou pré-julgando — de mecanismo de manipulação pela própria empresa para que as falhas que ela eventualmente fazia não fossem detectadas, tudo isso a nossa investigação e fiscalização vai determinar e vai dimensionar", complementou.
O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, anunciou na coletiva que o governo federal avalia entrar com uma ação alegando dano moral coletivo, um processo de lesão com a sociedade. Messias afirmou que a ação pode ser realizada "em razão de práticas reiteradas de infrações contratuais por parte desta concessionária de energia elétrica". Ele alega que a prioridade no momento é garantir o restabelecimento da luz e atender os cidadãos lesados.