Apesar dos desafios, mulheres representam 61,3% das inscrições no Enem

Apesar dos desafios enfrentados, como a evasão escolar decorrente de fatores familiares, gravidez precoce, filhos e violência doméstica, as mulheres representam a maioria, 61,3%, dos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, o que corresponde a 2,4 milhões de alunas buscando uma oportunidade na universidade.

Em uma entrevista ao portal R7, Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli e presidente da Fundação PoliSaber, afirma que a determinação e o desejo de mudança são fatores que contribuem para esse número expressivo de mulheres buscando o ensino superior. 

“A mulher sofre muito mais para permanecer na escola, mas, quando permanece, ela tem essa postura de valorização do estudo. A mulher valoriza muito o estudo, por causa do número alto de evasão dos estudos, da família, dos filhos e também da violência contra ela. E, ao permanecer, ela leva a educação com muito mais afinco”, disse. 

Beto Dantas, diretor de operações do Pravaler, empresa responsável pelo maior número de financiamentos privados voltados para a educação do país, destaca que a representatividade feminina também se reflete na plataforma. "Até maio deste ano, 57,9% do total de mais de 500 mil pessoas que procuraram o financiamento estudantil privado foram mulheres", afirmou.

No entanto, um levantamento recente realizado pelo núcleo de estudos raciais do Insper revelou a desigualdade racial presente no Enem de 2010 a 2019. Segundo o estudo, os homens brancos obtêm os melhores desempenhos na prova, enquanto as mulheres negras apresentam os piores resultados. Especificamente na região Norte do país, a nota média no exame chegou a 460 pontos em 2014 para as mulheres negras.