Apoiadores de Bolsonaro pagam anúncios sobre manifestação com ataques a Congresso e STF
A legislação brasileira não proíbe a prática
Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Apoiadores do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão pagando anúncios no Facebook e no Instagram para divulgar mensagens que convocam a população a participar da manifestação contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), marcados para acontecer no próximo domingo (15).
De acordo com a Biblioteca de Anúncios do Facebook, há postagens levantando a bandeira da prisão em segunda instância, sobre o controle do Orçamento da União, e anúncios que atacam diretamente o Congresso e o STF.
A rede social possui uma plataforma que permite a quem tenha uma página impulsionar as postagens por meio de anúncios pagos. A página mais famosa que participa deste movimento, com 4,4 milhões de seguidores, é a oficial do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan. Desde fevereiro, Hang já impulsionou pelo menos 10 postagens no Facebook e no Instagram convocando para os protestos.
"Dia 15 de março, faça como a família Silva, vista as cores do Brasil e vá às ruas", afirma o texto de uma postagem impulsionada por ele no dia 9 de março e ainda ativa nas redes sociais. "O país está passando por grandes mudanças e não pode parar. Por isso, a nossa participação é importante. Vamos mostrar que queremos continuar no caminho certo", afirma Hang na mensagem paga.
O Sargento aposentado Sebastião Domingos Neto, o Tião Neto, diz que já investiu cerca de R$ 500 em impulsionamento de postagens no Facebook a favor doo presidente, por meio da página: "Aliança pelo Brasil - Boletim - MG", com cerca de 1.800 seguidores.
Ele afirma que a última postagem impulsionada na sua página atingiu cerca de 140 mil pessoas na região, de acordo com dados do Facebook. O sargento também disse ser contra o fechamento do Congresso e do STF, no entanto, na legenda da postagem afirma: "Vamos mostrar ao Congresso Nacional corrupto e o STF corrupto juridicamente que o povo brasileiro não aguenta mais!".