Após ataque nos EUA, brasileiros tentam se recuperar de despesa milionária
Os brasileiros precisaram passar por duas cirurgias no valor equivalente a R$ 1 milhão
Foto: Reprodução/UOL
Vítimas de um ataque a tiros em Rochester Hills, no estado do Michigan, os brasileiros Carlos Borges e Karina Jacoud tentam se recuperar dos danos físicos, psicológicos e financeiros. Eles foram surpreendidos no final de uma tarde do dia 15 de junho.
Carlos e Karina, após irem ao mercado, passaram em um "splash pad", uma espécie de praça pública com brinquedos aquáticos, para que o filho de seis anos se divertisse. O atirador apareceu em menos de uma hora depois que chegaram.
Devido aos frequentes fogos de artifício disparados pela proximidade do feriado de 4 de julho e a praça cheia, o casal demorou a entender o que ocorria. Ao notarem o atirador, eles foram em direção ao filho, que estava em um dos brinquedos.
Carlos foi baleado na perna ao tentar proteger o filho, Karina foi baleada também. Ambos fizeram um "escudo humano" e o menino não sofreu ferimentos. Os pais foram levados de ambulância a hospitais distintos da cidade. Ao todo, nove pessoas ficaram feridas. Um menino que brincava com o filho dos brasileiros antes do atentado foi baleado na cabeça e ficou em estado grave, mas sobreviveu. O atirador, um homem de 42 anos, tirou a própria vida.
Os brasileiros precisaram passar por duas cirurgias no valor equivalente a R$1 milhão. Karina precisou reconstruir parte da mão em uma operação que custou US$50 mil (equivalente a R$286 mil); Carlos teve que reconstruir o joelho em um procedimento que custou US$136 mil (equivalente a R$780 mil).
A família ainda precisou pagar pelas viagens de ambulância, pela adaptação da casa (que eles tinham acabado de comprar), por medicamentos e pelo conserto do carro deles, que levou cinco tiros. A família está passando por terapia duas vezes na semana. Carlos e Karina estão passando por acompanhamento com uma psicóloga norte-americana especializada em vítimas de atiradores em série. Eles também pagam pelo serviço, o que tem feito contas se acumularem em casa.
O casal tinha saído de São Bernardo do Campo (SP) para os EUA há dois anos e, segundo Carlos, eles moravam em um bairro tranquilo e nunca tinham vivenciado algo desse tipo. Eles trabalham como engenheiros em uma indústria automobilística no Michigan.