Após críticas de Janones, ministro diz que comunicação do governo não fará 'política de lacração'
Paulo Pimenta afirmou que governo tem limitações legais para atuar nas redes sociais
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil e Tomaz Silva/Agência Brasil
O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, rebateu, na última sexta-feira (2), as críticas do deputado federal André Janones (Avante-MG) à forma com que o governo tem se comunicado com a população, especialmente nas redes sociais. Janones ajudou na campanha eleitoral de Lula em 2022, principalmente com postagens que viralizaram nas redes.
Na avaliação de Janones, a comunicação atual do governo está "cheia de analfabeto digital". Para o parlamentar, os "erros" cometidos têm "enfraquecido" o poder de negociação do Executivo.
Em entrevista ao Conexão GloboNews, Paaulo Pimenta disse que a Secom tem uma série de limitações legais para atuar nas redes sociais. "Na campanha eleitoral, você se comunica com as pessoas que você quer o voto, você faz uma comunicação segmentada. Quem ganha a eleição tem que governar para todos", disse.
"Nós queremos ser um governo de união e reconstrução. Então não esperem da Secom uma política de lacração, uma política de likes. Não é essa a função da Secom e muitas vezes as pessoas confundem o trabalho", acrescentou Paulo Pimenta.
Na avaliação de André Janones, a comunicação da direita e da extrema-direita nas redes sociais são efetivas porque esses grupos exploram bem as ferramentas e linguagens para alcançar "o interiorano lá da cidade de 2 mil habitantes que quer participar da vida política", enquanto a esquerda não consegue fazê-lo.
Já Paulo Pimenta disse que não cabe ao governo estimular a polarização na sociedade, separando amigos e familiares.
"Parte da nossa base talvez tenha imaginado que nós seríamos uma espécie de gabinete do ódio ao contrário, para alimentar esse ambiente, que dá muito mais engajamento, provoca mais polêmica, mas não é esse o papel da Secom. O papel da Secom é prestação de serviço, informação e comunicação institucional", declarou o ministro.