Após denúncias, vigilância sanitária confirma desembarque de tripulantes de navio
Anvisa não fez procedimentos de checagem para Covid 19 em tripulantes desembarcados
Foto: Gilberto Jr. / Farol da Bahia
Os moradores de um flat instalado em um hotel do bairro da Vitória enviaram denúncias ao Farol da Bahia de que tripulantes que estavam em um navio atracado no porto de Salvador, sem autorização para descer, desembarcaram e estão hospedados em andares diferentes do hotel. "Eu mesma confirmei com pessoas subindo no mesmo elevador que eu. Tomei um susto", afirmou uma residente do local.
O navio está no Brasil desde dezembro do ano passado e fez parte da temporada de cruzeiros 2019/2020, que foi interrompida na Bahia no dia 19 de março, por causa da pandemia do novo coronavírus. A denúncia segue afirmando que os estrangeiros não estariam "tomando as devidas medidas de higiene".
Em contato com o Farol da Bahia, a Vigilância Sanitária afirmou que: "É notícia recente, tivemos notícia do caso hoje, estamos programando para ter ciência do que está ocorrendo de fato, para assim, iniciarmos uma inspeção e os procedimentos necessários", não explicando como os tripulantes desembarcaram sem passar pelos procedimentos de vistoria para evitar contaminações na cidade de Salvador que está em isolamento tendo, inclusive, alguns bairros, com lockdown declarado. "A possibilidade de pessoas infectadas que não passaram pelo processo de quarentena, não fizeram o teste para saber se há infecção pelo coronavírus e não foram monitoradas em suas movimentações, pode afetar todo o processo de cuidados já instaurados pelo Estado e pela Prefeitura" diz Dra Estela Souza, médica sanitarista da USP. "Estas pessoas não poderiam descer do navio sem que tivessem feito todos os protocolos de controle e sem que os órgãos responsáveis soubessem para onde vão", disse a médica.
Em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), eles afirmam que o período de isolamento deve ocorrer na mesma cidade onde deve ocorrer o embarque. Além disso, eles continuaram dizendo que toda saída de tripulante para atendimento médico só deve ocorrer após preenchimento e assinatura de TCSV pela Anvisa. A Anvisa também afirmou que no caso apresentado, as pessoas que estavam na tripulação ancorada não tinham nenhuma autorização para descer e não foram vistoriados pelo órgão.
De acordo com informações preliminares, os custos desta tripulação estariam sendo mantido por órgãos maiores da Bahia.
Os recepcionistas do Hotel/Flat de onde os moradores fizeram a denúncia, negam que a tripulação do navio esteja hospedada lá mas a denuncia que chegou ao Farol da Bahia tem comprovações que mostram o contrário.
O Farol da Bahia aguarda mais explicações da Anvisa sobre o caso.