Após encontro com Haddad, presidente da Eurasia diz não estar confiante em relação ao Brasil
Atentado em Brasília, segundo Ian Bremmer, teria prejudicado imagem do país
Foto: Agência Brasil
Após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o presidente da consultoria Eurasia Group, Ian Bremmer, afirmou que não está tão confiante em relação ao Brasil. A informação consta em carta enviada a clientes nesta terça-feira (17) após o encontro em Davos, na Suíça, onde acontece o Fórum Econômico Mundial.
No documento, Bremmer diz que, devido ao apoio popular por margem apertada nas eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não conseguirá manter a posição condenatória aos atos de 8 de janeiro tratando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “inimigos”.
Para reforçar o entendimento, ele cita dados do Datafolha da última semana, que mostram que 40% da população acredita que as eleições de 2022 foram roubadas e que 36% apoiam uma intervenção militar. “Não há necessidade de entrar em pânico com o Brasil, mas não estou tão confiante quanto à maior democracia da América do Sul”, afirmou.
A declaração de Bremmer preocupa sob o ponto de vista da repercussão internacional dos atos. O presidente de uma das maiores consultorias de risco político do mundo mudou o posicionamento sobre o Brasil em relação às cartas a clientes enviadas no fim do ano passado e no início deste, quando afirmava que “não existe um risco político estrutural” no país.