Após governo anunciar edital para compra de arroz, Federação considera importação do produto desnecessária
Medida seria para supostamente evitar impactados na inflação devido às enchentes no Rio Grande do Sul
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), informou que é desnecessária uma medida para importação de arroz pelo governo brasileiro para supostamente evitar impactados na inflação devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
A informação contraria o governo brasileiro. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou a sindicatos e associações de produtores rurais do Rio Grande do Sul que já está escrevendo um edital para a compra, via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de um milhão de toneladas de arroz.
Segundo a resposta do Estado, são 70% da produção nacional do alimento. Cerca de 80% da safra já havia sido colhida, mas a iniciativa, declarou o ministro aos produtores, visa evitar especulação de preços diante do cenário de isolamento do RS, com o aeroporto da capital fechado e diversas rodovias destroçadas.
“Sem motivo, a medida não é necessária. Não tem nenhuma razão para o governo fazer isso, trazendo novamente um desestímulo se os preços caírem”, comentou o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Alexandre Velho à CNN.
Conforme Alexandre Velho, o Rio Grande do Sul, é o maior produção nacional de arroz, ainda vai colher 7,2 milhões de toneladas do produto 2023/24, acima do volume da safra passada, de 6,9 milhões de toneladas, disse Velho. Porém, por conta das enchentes são estimadas em cerca de 250 mil toneladas.
Além de lavouras, as enchentes atingiram silos em algumas regiões, segundo relatos do setor.
“Claro, tem alguns produtores que não vão colher nada, mas no geral temos tranquilidade em relação ao abastecimento.”
Velho ainda comentou que a entidade não foi consultada pelo governo sobre necessidade de importações pela Conab.
Já a fala do ministro Fávaro de que o Brasil importaria preferencialmente do Paraguai, Velho afirmou que o país vizinho produz em torno de 1 milhão de toneladas e já vendeu mais da metade da safra, atendendo a diversos mercados, inclusive o Brasil.
De acordo com o dirigente, a perda de arroz pelas enchentes no Rio Grande do Sul será compensada pelo total que o Brasil deixará de exportar, já que o mercado interno tem um preço mais vantajoso do que no exterior.