Após insultar palestinos em debate com Biden, Trump é criticado

Durante o debate com o presidente Joe Biden, na quinta-feira, Donald Trump se referiu aos palestinos e imigrantes, supostamente assumindo empregos dos negros americanos, de forma pejorativa, e os defensores dos direitos humanos condenaram a sua atitude, chamando os comentários de racistas ou insultuosos. 

“O único que quer que a guerra continue é o Hamas”, disse Biden. Trump respondeu dizendo que Biden “tornou-se como um palestino”, os defensores dos direitos humanos consideraram uma calúnia.

“Na verdade, Israel é quem (que quer continuar), e você deveria deixá-los ir e terminar o trabalho. Ele (Biden) não quer fazer isso. Ele se tornou como um palestino, mas eles não gostam dele porque ele é um palestino muito ruim. Ele é fraco”, disse Trump.

Trump usou novamente o termo "palestino" de forma semelhante, novamente na sexta-feira (28). Desta vez, dizendo num comício que o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, que é judeu, era palestino. “Ele se tornou palestino porque tem mais alguns votos ou algo assim”, acrescentou.

Corey Saylor, diretor de pesquisa e defesa do CAIR, em um comunicado, afirma que o uso da palavra "palestino" por Trump, foi um insulto racista. "A divulgação do apoio militar do presidente Biden ao genocídio do governo israelense em Gaza foi insensível". Israel nega acusações de genocídio.

Usar termos como "empregos negros" e "empregos hispânicos", também foi criticado na fala de Trump. Ele alegou que os imigrantes que chegavam aos Estados Unidos vindos de sua fronteira com o México estavam tirando essas oportunidades de emprego.

O’Brien, diretor executivo da Anistia Internacional dos Eua, disse à Reuters que os comentários de Trump sobre a imigração se basearam na supremacia branca. 

“É desanimador que narrativas falsas baseadas na supremacia branca e no racismo sobre pessoas que procuram asilo na fronteira e comunidades de imigrantes nos Estados Unidos continuem a permear o nosso discurso nacional”, acrescentou.

Algumas pesquisas mostraram uma queda no apoio a Biden entre os eleitores negros, que historicamente têm estado entre os blocos eleitorais mais leais do Partido Democrata. A campanha de Trump fez um esforço para cortejar os eleitores negros, com o ex-presidente visitando Detroit e Filadélfia nas últimas semanas.