Após notícias falsas sobre tributação do Pix, número de transações tem maior queda desde 2020
Entre os dias 4 e 10 de janeiro, foram realizadas 1,25 bilhão de operações no Brasil
Foto: Agência Brasil
Um levantamento do jornal O Globo, realizado por meio do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) e divulgado nesta quarta-feira (15), revelou que o número de transações via Pix registrou, nos primeiros dias de janeiro, a maior queda em relação ao mês anterior desde o lançamento do sistema, criado pelo Banco Central (BC) em novembro de 2020.
Entre os dias 4 e 10 de janeiro, foram realizadas 1,250 bilhão de operações Pix, uma redução de 10,9% em comparação com o mesmo período de dezembro. Até então, o maior recuo nesse intervalo havia sido registrado em janeiro de 2022, com uma queda de 7,5% em relação ao mês anterior.
A queda no número de transações ocorre após a repercussão da norma da Receita Federal que ampliou a fiscalização sobre movimentações financeiras de consumidores e empresas. Há um temor disseminado de que o leão atinja mais trabalhadores autônomos e informais. A Receita, no entanto, nega que o objetivo seja atingir pequenos negócios ou transações de menor valor.
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Além do receio em relação à Receita, informações falsas têm circulado, como rumores sobre a criação de um novo tributo ou de que o sigilo bancário será desrespeitado, permitindo ao governo amplo acesso aos hábitos de consumo e movimentações financeiras da população.
O Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, seguido pelo cartão de débito e pelo dinheiro em espécie, segundo uma pesquisa do BC divulgada em 2024. Até o final de 2024, o sistema mantinha uma média mensal de cerca de 6 bilhões de transações, movimentando aproximadamente R$ 2,5 trilhões.