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Após pedido de habeas corpus negado, jogadoras acusadas de racismo seguem presas

Ofensas racistas aconteceram durante o jogo entre River e Grêmio, na última sexta-feira (20)

Por Da Redação
Ás

Após pedido de habeas corpus negado, jogadoras acusadas de racismo seguem presas

Foto: Reprodução

As quatro jogadoras do River Plate, da Argentina, que foram detidas em flagrante por injúria racial na última sexta-feira (20), seguem presas após terem os pedidos de habeas corpus negado nesta terça-feira (24), informou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). As atletas tiveram a prisão convertida em preventiva na segunda (23), depois que passaram por audiência de custódia no sábado (22). 

As jogadoras Camila Duarte (zagueira), Juana Cángaro (lateral), Candela Díaz (volante) e Milagros Díaz (meia) estão na penitenciária do Carandiru, zona norte de São Paulo. A defesa delas, nos pedidos de habeas corpus, justificou que as atletas estão "sofrendo ilegal contrangimento por parte do Juiz de Direito do Plantão Judiciáio da Comarca de São Paulo". 

A defesa também disse que mantê-las detidas, alegando que não possuem residência no país , não tem "fundamentação idônea", pois o River se comprometeu a apresentá-las à Justiça brasileira sempre que fosse determinado. No entanto, os relatores Alberto Anderson Filho e Hermann Herschander entendem que a prisão preventiva é justa pela "gravidade concreta da conduta" e necessária para "evitar novos crimes".

Eles avaliaram como insuficiente o compromisso assumido pelo clube argentino, "que não tem qualquer poder sobre o direito de ir e vir de seus empregados". 

Relembre o caso 

Durante o jogo entre River e Grêmio, na última sexta-feira (20), ocorreu uma confusão generalizada no Estádio do Canidé, em São Paulo. As argentinas saíram na frente e sofreram empate aos 37 minutos do primeiro tempo. Em meio a comemoração, Candela Díaz foi flagrada realizando gestos imitando um macaco para um gandula - a defesa argumentou que, anteriormente, ele teria gesticulado com a mão nos órgãos genitais e as jogadoras tiveram essa reação como uma forma de revidar. 

Após isso, segundo os autos, Candela, Milagros Díaz, Camila Duarte e Juana Cángaro teriam ofendido o gandula com termos racistas. As atletas gremistas reagiram à manifestação das adversárias, e também foram alvos de injúrias raciais por parte das argentinas. 

O torneio encerrou a temporada 2024 do futebol feminino no Brasil. O River teve seis jogadoras expulsas na confusão, resultando no encerramento imediato da partida, já que o time ficou com menos de sete atletas em campo. A goleira Lara Esponda, e a volante Julieta Romero também levaram o cartão vermelho. 

O clube argentino se pronunciou nas redes sociais, afirmando que repudia os gestos discriminatórios e que tomará medidas disciplinares. O Grêmio foi decretado ganhador do jogo, classificando-se à final.  

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