Após projeto de nova Constituição derrotado, Boric deve aumentar espaço da centro-esquerda no governo
Presidente do Chile não teria escutado "maiorias silenciosas" que apareceram devido ao voto obrigatório
Foto: Reprodução/Instagram
Após rejeição da nova Constituição chilena por 62% a 32%, o presidente Gabriel Boric deve aumentar a base de centro-esquerda no seu governo. No Chile, o consenso é de que Boric e seus aliados não ouviram as "maiorias silenciosas", pessoas muitas vezes bastante conservadoras, que provavelmente não participaram da explosão social em 2019, das eleições dos membros da Convenção Constituinte e da eleição presidencial e, agora, apareceram devido ao voto obrigatório.
Nesta segunda, o chefe de Estado, que não tem maioria no Congresso, se reuniu com o presidente da Câmara, Raúl Soto (do Partido Pela Democracia, do ex-presidente Ricardo Lagos), e do Senado, Álvaro Elizalde (do Partido Socialista), ambos representantes da antiga Concertação que assumiu o poder após a redemocratização. Nos próximos dias, Boric deve encarar mais uma série de encontros com diversos atores políticos.
Segundo versões extraoficiais, antes mesmo do plebiscito, o presidente teria dialogado com alguns dirigentes para garantir que, em caso de derrota, sua legitimidade não seria questionada. Agora, tanto o Palácio de la Moneda como a oposição moderada pretendem apresentar ao país propostas antes do simbólico dia 11 de setembro, quando será, como todos os anos, repudiado o golpe de Estado dado por Augusto Pinochet em 1973.