Após reconstituição do caso, Polícia Civil decide manter indiciamento do ex-companheiro da médica Sáttia Lorena

A Polícia Civil decidiu manter o indiciamento do ex-companheiro da médica Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo, que caiu do 5º andar de um prédio de Salvador, por tentativa de feminicídio. A medida foi estabelecida após a  reconstituição do caso. O inquérito tinha sido encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) no dia 3 de setembro. No entanto, com o laudo da reconstituição e o segundo depoimento de Sáttia, a polícia encaminhou novos documentos ao MP-BA, na última sexta-feira (20).

O médico Rodolfo Cordeiro Lucas foi indiciado com base em demais provas componentes da investigação, como o depoimento da vítima e de testemunhas. Na segunda vez que foi ouvida pela polícia, Sáttia contou que o ex-companheiro disse que ia "acabar com a vida dela". Também em depoimento, Sáttia disse à polícia que tinha um relacionamento abusivo com o médico. Rodolfo, segundo revelou, já a agrediu com puxões de cabelo, socos e já até esfregou um pano no rosto dela para retirar a maquiagem que ela usava.

A  defesa do médico, representada pelo advogado Gamil Föppel, disse, antes da  do laudo de reconstituição, que o inquérito policial tinha vários erros e afirmou que a polícia criou um "imaginativo romance policialesco com delirantes e não comprovadas narrativas". Depois do segundo depoimento da vítima, o advogado disse ainda que "espera que o Ministério Público, titular da ação penal, guardião da Constituição, se ancore nos elementos de convicção colhidos, desprezando o desvairado relatório, promovendo, pois, por conseguinte, o arquivamento das investigações". O caso aconteceu na madrugada do dia 20 de julho. De acordo com a polícia, o laudo da reconstituição concluiu que houve ameaças e agressões físicas do indiciado contra a ex-companheira.